‘Não tem nada de político-partidário’, diz ex-BC sobre carta de economistas
Gustavo Loyola critica negacionismo e explica carta dos economistas ao governo
A carta com mais de 500 assinaturas elaborada por economistas defendendo medidas urgentes de enfrentamento à pandemia no Brasil não tem viés político, diz o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (22).
“O que a carta diz é que precisa de uma concentração de esforços baseado no que a ciência prática, providências políticas que têm respaldo na experiência internacional, na medicina. O que se busca é uma convergência, a ciência é apartidária. Não tem nada de político-partidário, é uma carta contra o negacionismo, fala da ciência como uma base para resolver os problemas”, explica.
Ele aponta que não há como o país crescer se continuar negando a gravidade da pandemia. O primeiro passo para resolver um problema é identificá-lo e cuidar dele. O negacionismo não leva a lugar nenhum. A melhor maneira de lutar contra o baixo crescimento econômico e recessão nesse momento é combater energicamente a pandemia”.
Loyola explica seu ponto de vista. “Não existe oposição entre cuidar da saúde da população e da economia. Com um país em que as pessoas têm incerteza de seu futuro imediato e as famílias sofrem com perda de vidas, não há como falar em crescimento. Para crescer, o Brasil precisa ter a pandemia sob controle”.
Ele exemplifica o que pode ser adotado. “Precisamos de um isolamento social, que as pessoas fiquem em casa, deter a proliferação do vírus. Por isso tem medidas paliativas, como auxílio emergencial, para pequenas empresas e suspensão de impostos. Envolve várias ações que têm custos, mas o sacrifício vale a pena em comparação ao dano que a pandemia causa”.