‘Não estamos tabelando o arroz’, diz Secretaria após notificar supermercados
Secretária nacional do consumidor da pasta afirmou que estão sendo avaliados motivos dos reajustes de preços da cesta básica
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou supermercados nesta quarta-feira (9), para que justifiquem o aumento nos preços dos produtos que compõem a cesta básica, como arroz, feijão, leite e óleo de soja.
Juliana Domingues, secretária nacional do consumidor da pasta, afirma que o papel da secretaria é técnico e que não está proibindo reajuste ou tabelando preços.
“Pelo contrário, está sendo feita uma avaliação dos motivos que levaram a esses reajustes de preços com o objetivo de entender todos os movimentos do mercado”, disse ela em entrevista à CNN.
Especialistas elencam alguns fatores que podem estar provocando a alta, como, por exemplo, o aumento das exportações e a desvalorização do real.
Juliana afirma que a Senacon recebeu os dados macro e, conforme uma reunião com os ministérios da Economia e da Agricultura, realmente identificou algumas justificativas para o aumento de preço.
Entretanto, diz, avalia-se a possibilidade de alternativas que permitam uma maior competitividade e a oferta aos consumidores de preços menores.
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“Essas ações são só no sentido de avaliar maior competitividade, porque nós fomos oficiados por diversos Procons, pelo Ministério Público, por representantes da OAB. Então, fomos instados a agir dentro da nossa coordenação de estudos e monitoramento de mercado”, explicou Juliana.
Foram emitidas notificações às principais empresas e associações do ramo de produção e distribuição de alimentos, como Urbano Agroindustrial, Cooperativa Agroindustrial, Cooperja, Grupo Nelson Wendt, Grupo Ceolin, Caal, Guacira alimentos, Brejeiro, São João Alimentos, Cooperja – Cooperativa Agroaceleradora e Cooperativa Juriti.
No varejo, foram notificados Grupo Big, Carrefour, GPA (Pão de Açúcar), Cencosud, Sonda Supermercados, SDB Comércio de Alimentos, Mart Minas Distribuição, Companhia Zaffari, DMA Distribuidora e Savegnago Supermercados.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia pedido “patriotismo” a supermercados para evitar a alta da cesta básica e, assim, segurarem a margem de lucro.
Questionada sobre o que o varejo poderia fazer para atender o pedido, Juliana disse acreditar que o apelo é muito mais no sentido de solidariedade no contexto da pandemia e que a secretaria não irá interferir.
“A livre iniciativa e a livre concorrência são princípios e valores que preservamos, assim como a proteção e defesa do consumidor”, afirmou.