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    Não cabe a mim brigar com o presidente do Banco Central, diz Lula à CNN

    Declarações foram dadas durante uma entrevista exclusiva à âncora da CNN, Daniela Lima, na manhã desta quinta-feira (16), em Brasília

    Da CNN

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou o tom de enfrentamento com o Banco Central e disse que não cabe a ele enfrentar a instituição.

    “Não cabe ao presidente da República ficar brigando com o presidente do Banco Central”, disse à âncora da CNN Daniela Lima. “Eu até teria direito, porque ele não é presidente do BC indicado por mim, ele foi indicado pelo Bolsonaro, ele foi indicado pelo Guedes, então significa que a cabeça política dele é uma cabeça muito diferente da minha e daqueles que votaram em mim. Mas ele está lá, tem um mandato”.

    “Se ele topar, quando eu for levar o meu governo para visitar os lugares mais miseráveis desse país, vou levá-lo para ele ver. Ele tem que saber que a gente, nesse país, tem que governar para as pessoas que mais necessitam”, disse.

    Lula diz ainda que, na visão dele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “tem toda a disposição” para conversar com Roberto Campos Neto — coisa que deve ser feita “todo dia, toda hora”.

    “Eu acho que Haddad tem toda a disposição para conversar com o presidente do BC. Já conversou várias vezes e vai continuar conversando. Se for necessário do presidente da República conversar com o presidente do Banco Central, de alguma coisa do interesse do Brasil, eu também não tenho problema nenhum para conversar com quem quer que seja”, afirmou Lula.

    “Mas, se eu não posso conversar com ele sobre a taxa de juros e emprego, sobre o que eu vou conversar? Então é importante que ele converse com Fernando Haddad, todo dia, toda hora, todo mês, todo ano, e que ele apenas cumpra a meta de inflação, tendo noção de que a meta não pode ser a razão pela qual você é obrigado a aumentar a taxa de juros.”

    O presidente Lula e aliados têm criticado a condução da política monetária por parte do BC e a taxa de juros básica da economia, atualmente em 13,75% ao ano.

    A ofensiva petista, que tem pautado o noticiário desde o começo do mês de fevereiro, chegou a repercutir no exterior sob comparações com a crise inflacionária da Turquia. Com a escalada de tensões, Campos Neto colocou panos quentes em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (13).

    “Queria começar fazendo esse registro. Banco Central precisa trabalhar junto com o governo, e que eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para aproximar o Banco Central do governo”, disse Campos Neto no programa de entrevistas.

    O debate incensado pelo PT, porém, ecoou na opinião pública. Segundo uma pesquisa Genial/Quaest divulgada na última terça-feira, cerca de 76% dos brasileiros acreditam que Lula “está certo em tentar forçar a queda da taxa de juros”.

    Questionado sobre isso pela CNN, Lula disse: “Não cabe ao presidente da República brigar com o presidente do Banco Central.”

    “E eu até teria direito, porque ele não é presidente do BC indicado por mim. Ele foi indicado pelo Bolsonaro, pelo Guedes, então significa que a cabeça política dele é muito diferente da minha e daqueles que votaram em mim”, declarou o presidente à âncora Daniela Lima.

    “Mas ele está lá e tem um mandato. A única coisa que quero é que ele cumpra aquilo que está na lei que aprovou a independência do Banco Central. Ele tem que cuidar da inflação, do crescimento, do emprego.”

    A âncora da CNN Daniela Lima entrevistou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diretamente do Palácio do Planalto, em Brasília. A íntegra da primeira entrevista de Lula à CNN Brasil está disponível no YouTube, TikTok e Kwai.

    *Publicado por Tamara Nassif

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