Mundo pode consumir mais petróleo do que nunca em 2022
Agência Internacional de Energia prevê que a demanda global de petróleo aumentará 3,3 milhões de barris por dia no próximo ano
Carros elétricos estão tomando conta das ruas em vários países, grandes empresas estão tentando ser mais legais com o meio ambiente e pessoas estão adotando medidas para parar as mudanças climáticas.
Mas vamos falar a realidade: o mundo pode consumir mais petróleo do que nunca em 2022.
A demanda global de energia se recuperou com força em 2021 com a diminuição das restrições impostas pela pandemia, e espera-se que ela aumente ainda mais em 2022.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda global de petróleo aumentará 3,3 milhões de barris por dia no próximo ano, chegando a 99,5 milhões de barris por dia. Isso corresponderia ao recorde de demanda anterior em 2019, antes da pandemia. Nem mesmo a chegada da variante Ômicron deve inviabilizar a recuperação.
“As novas medidas de contenção postas em prática para deter a propagação do vírus provavelmente terão um impacto mais discreto na economia em relação às ondas anteriores da Covid-19, principalmente por causa das campanhas de vacinação generalizadas”, escreveu a AIE em um relatório no início deste mês.
A agência, que monitora as tendências do mercado de energia para os países mais ricos do mundo, disse que espera que a procura por combustíveis para transporte rodoviário e produtos petroquímicos continue apresentando um crescimento saudável.
Há uma única exceção: a AIE rebaixou sua previsão para o combustível de aviação devido às restrições a viagens internacionais impostas por governos que tentam impedir a disseminação da Ômicron.
Outros estão ainda menos preocupados com a variante. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não alterou sua projeção de demanda para 2022 no relatório mensal de dezembro.
“O impacto da nova variante Ômicron deve ser moderado e de curta duração com o mundo ficando mais bem equipado para gerenciar a Covid-19 e seus respectivos desafios”, escreveram analistas da Opep no relatório.
As previsões ressaltam a dependência do mundo nos combustíveis fósseis, apesar dos esforços para enfrentar a crise climática e os enormes investimentos em carros elétricos, energia renovável e combustíveis mais limpos.
A Opep espera que a demanda por petróleo aumente em todo o mundo no próximo ano, liderada por países como China, Índia e Estados Unidos.
Mas é bom recordar: mesmo que o mundo consuma mais petróleo em 2022 do que antes, a transição verde ainda está em andamento.
Algumas das maiores empresas de petróleo estão tentando descobrir como se encaixam em um futuro com menos emissões.
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O petróleo é considerado uma commodity. O termo se refere a recursos finitos que têm origem na natureza e são comercializados. No caso, o petróleo é usado principalmente como combustível, mas também dá origem a materiais como o plástico • REUTERS/Vasily Fedosenko
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O petróleo pode ser de vários tipos, dependendo principalmente do seu grau de impureza. Os dois principais, Brent e WTI, são leves (pouco impuros), e a diferença se dá pelo local de negociação: bolsa de Nova York no caso do Brent e bolsa de Londres no caso do WTI • Instagram/ Reprodução
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Os preços do petróleo seguem uma cotação internacional, e flutuam pela oferta e demanda. No Brasil, o preço de referência adotado pela Petrobras - maior produtora no país - é do Brent, seguindo a cotação internacional, em dólar • REUTERS
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Quando se fala da comercialização de petróleo, um fator importante é a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Com 13 membros, ela é responsável por quase 50% da produção mundial de petróleo, e portanto consegue regular a oferta - e preços - pelos fluxos de produção • Reuters/Dado Ruvic
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A partir de 2020, os preços do petróleo foram afetados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. A Opep+ (que inclui países aliados do grupo, como a Rússia) decidiu cortar a produção temporariamente devido à baixa demanda com lockdowns, e os preços caíram. A média em 2020 foi US$ 40, distante da de anos anteriores, entre US$ 60 e US$ 70 • REUTERS
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Em 2021, porém, o cenário mudou, com o avanço da vacinação, os países reabriram rapidamente, e a demanda por commodities decolou, incluindo pelo petróleo. A Opep+, porém, decidiu manter os níveis de produção de 2020, e a oferta baixa fez os preços saltaram, ultrapassando US$ 80 • REUTERS/Nick Oxford
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Já em 2022, a situação piorou. A guerra na Ucrânia, e as sanções ocidentais a um dos maiores produtores mundiais da commodity, a Rússia, fizeram os preços dispararem, ultrapassando os US$ 120. Atualmente, o barril varia entre US$ 100 e US$ 115 • 03/06/2022REUTERS/Angus Mordant
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A alta dos preços do petróleo, porém, trouxe consequências negativas para o Brasil. Como a Petrobras segue a cotação internacional e o dólar está valorizado ante o real, ela subiu o preço nas refinarias, o que levou a uma elevação da gasolina e outros combustíveis. Até o momento, o preço da gasolina já subiu 70% • REUTERS/Max Rossi
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A alta do petróleo não afetou só o Brasil. Países dependentes da commodity, como EUA, Índia e Reino Unido, também viram os preços dos combustíveis subirem, e têm tentado pressionar a Opep+ a retomar os níveis de produção pré-pandemia, o que tem ocorrido lentamente enquanto a organização aproveita para se recuperar das perdas em 2020 • Reuters
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Menos compra de casas
As vendas de casas nos Estados Unidos em novembro aumentaram em relação ao mês anterior, pois compradores correram para aproveitar as baixas taxas de juros.
Os preços continuaram a subir na casa dos dois dígitos ao ano, já que o estoque permaneceu em mínimas históricas. O desafio da acessibilidade de comprar uma casa empurrou a participação dos compradores de primeira viagem no mercado para níveis históricos, de acordo com um relatório da Associação Nacional de Corretores de Imóveis.
Após uma ligeira desaceleração no final do verão, novembro marcou o terceiro mês consecutivo de aumento nas vendas de casas existentes, que incluem residências unifamiliares, sobrados, apartamentos e imóveis compartilhados.
As vendas aumentaram 1,9% em relação a outubro, para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 6,46 milhões em novembro. No entanto, as vendas
de casas caíram 2% em relação ao ano anterior, quando o mercado imobiliário registrou um aumento sazonal atípico na compra de casas devido à pandemia.
“Compradores determinados conseguiram comprar imóveis antes que as taxas de financiamento imobiliário aumentassem ainda mais nos próximos meses”, disse Lawrence Yun, economista-chefe do NAR.
Os preços das residências nos Estados Unidos continuaram subindo com os compradores competindo por um estoque quase recorde de residências.
O preço médio de uma casa é de US$ 354,9 mil (cerca de R$ 2 milhões), alta de 13,9% em relação ao ano passado. São 117 meses consecutivos (mais de nove anos) de aumentos anuais, a sequência mais longa já registrada.
Parte do motivo da subida contínua é que casas mais caras estão sendo vendidas. As vendas de residências com preços entre US$ 750 mil e US$ 1 milhão (cerca de R$ 4,2 milhões e R$ 5,6 milhões, respectivamente) aumentaram 37% em relação ao ano passado, e as residências acima de US$ 1 milhão subiram 50%.
Vacina no trabalho
Os norte-americanos estão se preparando para as exigências de dose de reforço no ambiente de trabalho.
Milhões de trabalhadores nos Estados Unidos já são obrigados a apresentar prova de uma vacina contra a Covid-19 aos empregadores. Em breve, muitos podem ser forçados a mostrar a prova de que também receberam uma dose de reforço.
Com a ascensão da Ômicron, as autoridades de saúde pública estão enfatizando que a terceira dose é mais importante do que nunca.
Muitos dos que receberam a dose ou doses iniciais da vacina há mais de seis meses podem ter proteção limitada contra a variante. Acredita-se que uma dose de reforço forneça proteções importantes contra ela.
Uma pesquisa com 200 grandes empregadores conduzida pela empresa de consultoria Gartner na semana passada descobriu que 8% dos empregadores estão mudando sua definição do que constitui “totalmente vacinado” e exigindo que os trabalhadores tomem doses de reforço.
A porcentagem que exige reforços deve aumentar à medida que os casos da Ômicron se espalham e as empresas tentam descobrir como reabrir escritórios que foram fechados ou deram acesso limitado aos funcionários na maior parte da pandemia, disse Brian Kropp, chefe de pesquisa de práticas de RH da Gartner.
“É a primeira vez que perguntamos sobre exigência das doses de reforço. Tenho certeza de que se perguntássemos há um mês, teria sido 0%”, contou. “Quando chegarmos ao meio de janeiro, será muito mais alto, provavelmente 15-20%, é o que penso no momento”.