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    Moda em alta: boatos de aquisição pela Renner animam mercado, após Arezzo-Hering

    Depois que a Arezzo propôs uma fusão com a Hering, a Renner anunciou uma oferta de ações e levantou suspeitas sobre planos de uma grande aquisição

    Unidade da Renner
    Unidade da Renner Foto: Divulgação

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    Depois de ser deixado de lado por investidores por causa de um desempenho muito fraco durante a pandemia, o varejo de vestuário voltou com tudo aos holofotes nesta semana. Além de Arezzo e Hering, Lojas Renner, C&A e Marisa voltaram a chamar atenção. 

    A Renner divulgou, nesta sexta-feira (16), que pretende realizar uma oferta primária de ações –quando os recursos vão para o caixa da empresa– e que já conversou com bancos para coordenarem a ação. Segundo o site Brazil Journal, a empresa pretende levantar entre R$ 4 bilhões e R$ 4,5 bilhões.

    O movimento chamou atenção do mercado especialmente pelo momento em que acontece –na mesma semana em que a Arezzo propôs uma fusão com a Hering, o que fez a ação das duas empresas disparar na bolsa

    Depois que a Renner soltou um fato relevante confirmando a intenção de uma oferta de ações, alguns boatos começaram a circular no mercado financeiro e o mais forte deles fala sobre um suposto interesse da Renner em adquirir a C&A ou a Marisa.

    As ações dessas três empresas envolvidas nos boatos se valorizaram no pregão de hoje: Renner avançou 11% e liderou os ganhos do Ibovespa, enquanto Marisa teve alta de 13,81% e C&A, de 7,44%. 

    Procurada pelo CNN Brasil Business, a Renner não comentou os boatos e reforçou o que disse em fato relevante: não há, até agora, definição do tamanho da oferta. 

    Faz sentido? 

    A C&A disse ao CNN Business que “não comenta rumores ou especulações de mercado”. É fato que o suposto interesse da Renner não passa, por enquanto, de um boato, mas também é verdade que esses rumores mexeram com o mercado e animaram investidores. 

    Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, disse que “é improvável que a Renner não parta para cima de uma grande empresa” depois de levantar um bom dinheiro com a oferta de ações. Para ele, uma grande aquisição faz sentido.

    Ao contrário da Hering, que há tempos não é a menina dos olhos do mercado, as operações de C&A e Marisa são vistas com bons olhos pelos investidores por serem organizadas e muito bem estruturadas. 

    Na avaliação de Esteter, se a Renner realmente estiver pensando em uma grande aquisição, o melhor ativo é a C&A, que tem operação mais rentável e organizada. A Marisa, por outro lado, é mais barata, mas demandaria um pouco mais de esforço da Renner. 

    Outro fator que pode ajudar em futuras negociações da C&A é o suposto desejo da família Brenninkmeijer, que controla a empresa, de vender sua fatia de 65% das operações brasileiras. A notícia foi divulgada no ano passado pelo jornal “Valor Econômico”. 

    De volta aos holofotes 

    Mesmo que nenhuma grande compra aconteça –por parte da Arezzo ou da Renner– é fato que os movimentos desta semana fizeram o mercado olhar com carinho novamente para as ações de varejistas de moda. 

    O setor vinha sendo negociado a múltiplos muito baixos, enquanto os investidores priorizavam setores que lhes dão um pouco mais de certeza sobre seus futuros. O varejo de moda é um dos segmentos do setor mais dependentes das vendas em lojas físicas, com as empresas ficando para trás quando o tema é transformação digital e dificuldades naturais do negócio, como a desconfiança dos consumidores em comprar roupas pela internet. 

    Já foi possível ver que o mercado percebeu o valor extremamente descontado dessas varejistas no pregão desta quinta-feira (15), quando as ações da Hering dispararam 28,13%. As possíveis negociações das próximas semanas podem ser um gatilho para que as ações do segmento recuperem valor.