Merkel põe em xeque acordo da UE com Mercosul por causa de desmatamento
Declaração foi dada nesta sexta-feira, segundo porta-voz da chanceler do governo alemão; razão é o aumento das queimadas na Amazônia


Um dos principais feitos do governo Jair Bolsonaro está em xeque: o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Europeia, que pode abrir um dos maiores mercados do mundo para os exportadores brasileiros. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou ter “sérias dúvidas” sobre a implementação do acordo, assinado em junho de 2020 e previsto para entrar em vigor nos próximos anos.
O acordo foi celebrado à época do anúncio como uma grande conquista do governo e da agenda de integração da economia brasileira ao mundo, capitaneada pelo ministro Paulo Guedes.
A razão para as dúvidas da chefe da maior economia europeia é o aumento do desmatamento na Amazônia, segundo afirmou nesta sexta-feira (21), Steffen Seibert, porta-voz de Merkel. As informações foram dadas pela emissora estatal alemã Deutsche Welle (DW).
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“Existem dúvidas consideráveis de que o acordo possa ser implementado como o pretendido, em vista dos acontecimentos atuais, das terríveis perdas florestais registradas”, disse o porta-voz.
Segundo a DW, Seibert não quis comentar notícias de que Merkel teria dito na quinta (20) a ativistas que a Alemanha não assinaria o acordo. “Não comento conversas privadas”, disse.
Mas, desde que foi anunciado, o acordo tem sido questionado por políticos que defendem temas ambientais e que acusam o governo brasileiro de colocar a preservação da Amazônia como uma questão de segunda ordem. Os parlamentos de Áustria e Holanda já se posicionaram contra o acordo, que precisa da aprovação dos seus 27 países membros para ser ratificado e entrar em vigor.
Tanto Guedes como o presidente Bolsonaro afirmam que defendem a preservação da Amazônia e dizem que parte das resistências se deve a interesses comerciais e protecionismo dos europeus.
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