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    Ibovespa fecha em queda, mas termina semana acima de 100 mil pontos; dólar fica abaixo de R$ 5,30

    Geração de vagas superou as expectativas do mercado, reforçando apostas de uma alta de juros mais agressiva pelo Federal Reserve em julho

    Reuters

    O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, pressionado pelas ações da Vale, após um pregão sem tendência única e volume reduzido de negócios, marcado pela divulgação de dados mais fortes do que o esperado sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos.

    O índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 0,44%, a 100.288,94 pontos, tendo recuado a 99.958,49 pontos na mínima e avançado a 101.576,67 pontos na máxima da sessão.

    O dólar caiu acentuadamente nesta sexta-feira, fechando com folga abaixo dos R$ 5,30 e interrompendo uma série de vários ganhos semanais consecutivos, em movimento de ajuste técnico embalado por algum alívio nos temores internacionais de recessão.

    A moeda norte-americana negociada no mercado à vista fechou em queda de 1,41%, a R$ 5,2690, menor patamar para encerramento desde quinta-feira da semana passada (R$ 5,2311). O real foi líder de desempenho global durante boa parte das negociações deste pregão.

    Em relação ao fechamento da última sexta-feira, o dólar à vista caiu 0,99%, interrompendo uma sequência de cinco ganhos semanais.

    Números sobre inflação no Brasil, além do adiamento da votação da PEC dos Benefícios no plenário da Câmara dos Deputados, também ocuparam a atenção na última sessão da semana.

    O volume financeiro na bolsa somou 17,3 bilhões de reais, abaixo da média diária do mês, de 21 bilhões de reais e dos primeiros pregões de julho, de 21 bilhões de reais.

    Ainda assim, o Ibovespa encerrou a semana com acréscimo acumulado de 1,35%, em performance ajudada pela alta de 2% da quinta-feira, quando a ausência de más notícias abriu espaço para ajustes e busca por barganhas.

    Os últimos pregões na B3 também têm sido marcados por uma queda de braço entre incertezas globais e riscos fiscais no Brasil que desanimam compras e preços de alguns papéis que desencorajam vendas pelos investidores.

    Nesta sexta, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou a criação de 372 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, acima do previsto, embora desacelerando ante maio. O ganho médio por hora subiu 0,3% e o desemprego seguiu em 3,6%.

    Na visão da equipe de Economia do Bradesco, conforme relatório a clientes no final da tarde, o número de criação de vagas reforça o cenário de mercado de trabalho aquecido, com alta nos salários, reforçando as preocupações com a inflação.

    “Continuamos esperando um aperto monetário relevante para desacelerar a atividade e trazer os núcleos de inflação a patamares mais compatíveis com as metas”, afirmaram.

    Em Wall Street, o S&P 500 com um declínio marginal, também após trocar de sinal algumas vezes durante a sessão, conforme agentes financeiros calibravam suas apostas para os próximos movimentos do Federal Reserve após os dados.

    O Bradesco prevê nova alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros norte-americana na próxima decisão do Fed, com o ciclo total levando a taxa para 4,0% no ano que vem.

    No Brasil, a agenda destacou o IPCA, que acelerou a alta a 0,67% em junho, de 0,47% em maio, segundo dados do IBGE, mas ficou abaixo do esperado no mercado (+0,70%). Em 12 meses, atingiu 11,89%.

    “Não enxergamos deterioração adicional, mas núcleos e medidas subjacentes apontam persistência da pressão inflacionária”, afirmou o sócio e economista-chefe do Modal, Felipe Sichel, em comentário a clientes.

    Destaques

    – VALE ON caiu 2,31%, com os futuros do minério de ferro em Cingapura recuando, uma vez que o otimismo renovado sobre o estímulo econômico na China se dissiparam rapidamente e o foco do mercado voltou às medidas de restrição contra a Covid-19 no maior produtor de aço do mundo. Em Dalian, os preços fecharam em alta, embora distante da máxima da sessão.

    – CSN ON <CSNA3.SA recuou 3,03%, corrigindo parte dos ganhos expressivos da véspera, quando encerrou o pregão com elevação de 5,3%. Outras ações de siderurgia também passaram por ajustes – USIMINAS PNA cedeu 2,93% e GERDAU PN fechou em baixa de 0,51%.

    – AZUL PN encerrou com acréscimo de 6,23%, buscando se recuperar de perdas mais fortes no meio da semana. A equipe da Genial citou em comentário a clientes que mantém uma visão positiva para a empresa, estimando que os yields devem seguir subindo no segundo trimestre, principalmente devido ao seu maior poder de aumento de tarifa devido à baixa competição em suas rotas. No setor, GOL PN avançou 2,17%.

    – PETROBRAS PN valorizou-se 1,12%, em mais uma sessão positiva para o setor, com a trajetória positiva do petróleo no exterior. O barril do Brent subiu 2,26%.

    – 3R PETROLEUM ON subiu 3,13%, tendo ainda no radar assinatura com a PetroReconcavo de memorando para compartilhar instalações e recursos relacionados aos seus ativos de produção de petróleo e gás natural, nas bacias Potiguar e do Recôncavo. PETRORECONCAVO ON avançou 3,91%.

    – CVC BRASIL ON caiu 4,28%, em meio a ajustes após forte valorização na quinta-feira, quando fechou em alta de mais de 10%, acumulando no mês até então um ganho de mais de 7%. No mês passado, os papéis caíram 36%.

    – ITAÚ UNIBANCO PN fechou com variação positiva de 0,04%, após acordo para a aquisição do controle da Avenue, corretora que fornece aos brasileiros acesso aos mercados estrangeiro. No setor, BRADESCO PN terminou com acréscimo de 0,06%.