Dólar fecha em baixa de 1,45%, a R$ 5,58; Ibovespa encerra estável
Moeda americana chegou a superar os R$ 5,70 ao longo do dia, mas teve queda intensa no encerramento, a maior desde 1º de outubro


O dólar registrou a maior queda em um mês nesta quarta-feira (3), ficando abaixo de R$ 5,60 ao fim de um dia que contou com avaliação de um Banco Central brasileiro mais duro e a confirmação de corte de estímulos pelo Fed (Federal Reserve – o banco central dos EUA), mas sem sinais de alta em breve dos juros por lá.
O real galgou o melhor desempenho entre as principais divisas globais nesta sessão. O imbróglio em Brasília sobre a votação da PEC dos Precatórios seguiu no radar, mas dividiu atenções com notícias da política monetária aqui e lá fora.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,45%, a R$ 5,5891, após variar de R$ 5,701 (+0,53%) a R$ 5,5776 (-1,65%).
A queda no encerramento é a mais intensa desde 1º de outubro (-1,47%).
Bolsa
O Ibovespa fechou quase estável nesta quarta-feira, enfraquecido pelo tombo de Vale, em sessão marcada por expectativa para a votação da PEC dos Precatórios e decisão do Fed, enquanto Lojas Americanas disparou após avanço na fusão com a Americanas.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve variação positiva de 0,06%, a 105.616,88 pontos, após tocar 104.204,66 pontos na mínima e 106.754,42 pontos na máxima do pregão. O volume financeiro somou R$ 38,8 bilhões.
Os negócios refletiram ajustes ao movimento dos recibos de ações brasileiras negociadas no mercado norte-americano (ADRs), com destaque para Vale, uma vez que Wall Street funcionou na véspera enquanto a B3 fechou em razão de feriado no Brasil.
Para André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos, o tom na bolsa paulista foi ditado pela possibilidade de votação da PEC dos Precatórios, com o mercado comprando a ideia de que esse deve ser o melhor cenário dentro dos possíveis.
“Passando a PEC dos Precatórios, a impressão é que dá um certo alívio de risco fiscal, pelo menos de curto prazo”, afirmou. A aprovação da PEC no Congresso viabilizaria o Auxílio Brasil – programa que substituirá o Bolsa Família – com no mínimo de 400 reais mensais por família.
Também ocupou as atenções a ata da última reunião do Copom, mostrando que o Banco Central avaliou acelerar a alta da Selic para além de 1,5 ponto percentual que adotou.
No exterior, o Federal Reserve informou que começará a reduzir as compras mensais de títulos em novembro e tem planos de encerrá-las em 2022, mas manteve a opinião de que a inflação alta será “transitória” e provavelmente não exigirá um aumento rápido dos juros.
Para Querne, a sinalização do Fed não trouxe surpresas. Trata-se, segundo ele, de um processo natural de redução de compra de ativos ligado à melhora do ambiente econômico.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 0,65%.