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    Ibovespa avança 0,76% em dia de alta de juros do BCE; dólar sobe e encosta em R$ 5,50

    Moeda norte-americana valorizou 0,66%; principal índice da B3 encerrou aos 99.033,17 pontos

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    O dólar fechou em alta de 0,66%, a R$ 5,496, nesta quinta-feira (21). Esse foi o maior valor desde 24 de janeiro (R$ 5,507) e ficou a 1,40% de zerar toda perda acumulada em 2022.

    A moeda norte-americana teve um desempenho negativo no exterior, com um enfraquecimento após o Banco Central Europeu (BCE) realizar a primeira alta de juros desde 2011. Porém, o anúncio aumenta temores de uma recessão, o que favoreceu ativos considerados mais seguros, caso do dólar, frente o real.

    Já o Ibovespa encerrou com ganhos de 0,76%, aos 99.033,17 pontos, em uma sessão marcada por forte volatilidade. O índice foi favorecido pelas ações da Vale que subiram 1,75% no pregão e pelo desempenho positivo das bolsas internacionais. Contudo, foi prejudicado por uma aversão global a riscos ligada a temores de uma recessão global em meio a uma série de altas de juros em grandes economias.

    Na quarta-feira (20), o dólar teve alta de 0,75%, cotado a R$ 5,46. Já o Ibovespa subiu 0,04%, aos 98.286,83 pontos.

    Juros do BCE

    O movimento dos bancos centrais afasta investimentos de mercados considerados arriscados e reduz a cotação de algumas commodities devido à previsão de baixa demanda, afetando as ações do setor na bolsa. Com isso, os papéis ordinários da Petrobras recuaram 1,1%.

    A autarquia elevou os juros em 0,5 ponto percentual, com a principal taxa saindo de -0,5% para 0%. A alta, maior que o sinalizado pelo BCE em junho, refletiu um nível recorde de inflação em junho, com um acumulado em 12 meses de 8,1%.

    Com o início do seu ciclo de alta, a zona do euro reduziu a distância para os juros dos Estados Unidos, abrindo margem para uma valorização do euro em relação ao dólar.

    Sentimento global

    Os investidores ainda mantêm uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

    A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. A alta foi de 0,75 ponto percentual, maior desde 1994, e novas elevações na mesma magnitude não foram descartas.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Entretanto, o combate do país à maior inflação em 41 anos gera crescentes temores de uma recessão na maior economia do mundo devido à necessidade de um aperto monetário agressivo. O risco leva a uma aversão a riscos, favorecendo o dólar e prejudicando ativos considerados arriscados, caso do mercado brasileiro.

    Por outro lado, novas restrições em cidades da China foram anunciadas no início de julho, revertendo um cenário de otimismo sobre uma retomada da economia do país após meses de lockdown em Xangai e Pequim. O quadro reforça temores de uma desaceleração econômica chinesa e consequente queda na demanda por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    Com a combinação de ambientes interno e externo adversos, a retirada de investimentos prejudica o Ibovespa e favorece o dólar em relação ao real.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • Rede D’Or (RDOR3) +7,80%;
    • SulAmerica (SULA11) +6,79;
    • Banco Pan (BPAN4) +6,53%;
    • Positivo (POSI3) +6,02%;
    • B3 (B3SA3) +4,46%

    Maiores baixas

    • Petz (PETZ3) -3,84%;
    • 3R Petroleum (RRRP3) -3,76%;
    • Klabin (KLBN11) -3,20%;
    • WEG (WEGE3) -2,54%;
    • Azul (AZUL4) -2,42%

     

    *Com informações da Reuters