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    Ibovespa fecha em queda de 1%; dólar vai a R$ 5,10, menor valor desde julho

    Moeda registrou desvalorização de 0,70%, enquanto o principal índice da B3 fechou aos 111.725,30 pontos

    João Pedro MalarArtur NicoceliAna Carolina Nunesdo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar fechou em queda de 0,70%, nesta segunda-feira (21), cotado a R$ 5,105, no menor valor desde 29 de julho do ano passado (R$ 5,079).

    A moeda brasileira ostentou o melhor desempenho global nesta segunda-feira, beneficiada pela contínua rotação de fluxos em prol de mercados de juros mais altos – caso do Brasil -, num movimento aparentemente inabalado pela crise geopolítica que envolve a Rússia, já que, até o fechamento das negociações da moeda, o cenário era de redução das tensões.

    Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu 1,02% nesta segunda-feira, aos 111.725,30 pontos, acompanhando a reação global a renovados temores de uma potencial invasão russa à Ucrânia, depois de o presidente Vladimir Putin reconhecer regiões rebeldes no país vizinho.

    Ações do setor financeiro e da Americanas, após sites da varejista saírem do ar, foram destaques de queda, enquanto Petrobras foi a principal contribuição positiva do índice.

    Vale destacar que esta é uma sessão de baixa liquidez, pois as bolsas de Wall Street estão fechadas devido a feriado nos Estados Unidos.

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • 3R Petroleum (RRRP3) +3,87%;
    • PetroRio (PRIO3) +3,65%;
    • Sabesp (SBSP3) +3,54%;
    • Petrobras (PETR3) +2,70%;
    • Petrobras (PETR4) +2,58%

    Maiores baixas

    • Qualicorp (QUAL3) -7,84%;
    • Positivo (POSI3) -6,79%;
    • Americanas (AMER3) -6,61%;
    • Petz (PETZ3) -6,27%;
    • Meliuz (CASH3) -6,23%

    Exterior

    Ao longo do dia, o clima de tensão envolvendo a Ucrânia diminuiu depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concordou em realizar uma reunião com a contraparte russa, Vladimir Putin, sobre o tema.

    Contudo, próximo ao fechamento das negociações da moeda norte-americana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu duas áreas separatistas da Ucrânia, afirmando que irá negociar diretamente com os rebeldes ucranianos, aumentando a tensão na região. O novo cenário não chegou a ser absorvido pelo mercado na reta final das negociações da moeda nesta segunda-feira, mas deve concentrar as atenções de investidores.

    “A situação é de extrema tensão porque os EUA não podem abandonar os ucranianos sob pena de enfraquecer de vez sua influência sobre o território europeu. O aumento da tensão pode favorecer o real via commodities mais elevadas, mas outras moedas começam a ganhar força como o franco suíço, que é a segunda moeda que mais se aprecia no dia junto à moeda brasileira. Uma eventual guerra irá trazer volatilidade forte e sugerimos cautela em posições puramente expectativas nos próximos dias”, avalia André Perfeito, da Necton.

    Bolsas na Europa

    As ações europeias caíram para uma mínima em quatro meses nesta segunda-feira (21), com papéis de automóveis e tecnologia liderando as perdas depois que comentários do Kremlin minimizaram esperanças de uma solução diplomática para a maior crise militar da Europa em décadas.

    O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,30%, a 454,81 pontos, seu nível mais baixo desde outubro, por causa das manchetes relacionadas ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

    “São quedas muito expressivas e reiteram o temor que uma guerra estoure a qualquer momento de fato”, diz Perfeito,

    Petróleo

    No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. Segundo eles, o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o efeito da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado. Além disso, as tensões na Ucrânia fazem os preços subirem, já acima dos US$ 90.

    Fed

    Outro fator que pesa nesse movimento é a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos já no mês de março, de 0,25 ou 0,5 ponto percentual, reforçada por dados de inflação levemente acima do esperado. Com isso, investidores estrangeiros têm saído do mercado de ações norte-americano.

    Com a inflação americana batendo recorde em quatro décadas, o Fed vem dando indicações mais duras aos mercados, mas a ata da última reunião do banco não deixou claro o tamanho e ritmo do aperto que o banco central americano fará, indicando que as decisões ocorrerão a cada reunião pelo contexto econômico.

    Qualquer alta de juros no país pode afetar os investimentos no Brasil, já que torna os títulos do Tesouro norte-americano ainda mais atrativos para os investidores, pressionando negativamente o real.

    Brasil

    No radar dos investidores também está a chamada PEC dos Combustíveis, que permitiria a suspensão de impostos para esses produtos. Representando um possível descontrole de gastos, o tema tem potencial para afetar negativamente o real e o Ibovespa.

    Duas PECs já foram protocoladas, uma no Senado e outra na Câmara, com cálculos de perda de arrecadação indo de R$ 18 bilhões até R$ 100 bilhões dependendo do conteúdo, mas o foco no momento são dois projetos de lei sobre o tema que podem ser votados nesta semana.

    Um dos PLs determina um valor fixo de cobrança do ICMS para combustíveis, com o tributo estadual deixando de variar seguindo flutuações de preço do produto, e expande o chamado vale-gás para famílias brasileiras.

    Já o outro criaria um fundo de estabilização do preço do petróleo e derivados (diesel, gasolina e GLP), com uma nova política de preços internos de venda para distribuidores.

    Na semana anterior, o dólar fechou em queda de 1,93%, a sexta semana seguida em 2022. Já o Ibovespa caiu 0,6%.

    *Com informações da Reuters

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