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    Ibovespa fecha cima dos 103 mil pontos com ajuda de Vale; dólar tem maior alta em 3 semanas

    Moeda norte-americana valorizou 1,93%, enquanto o principal índice da B3 encerrou aos 103.361,70 pontos

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    O dólar fechou em alta de 1,93%, a R$ 5,277, nesta terça-feira (2), favorecido por uma aversão global a riscos devido à piora nas tensões entre Estados Unidos e China, enquanto o mercado repercutiu a visita da presidente da Câmara norte-americana, Nancy Pelosi, a Taiwan.

    Essa foi a maior alta diária em três semanas e o maior patamar em uma semana. A moeda norte-americana fechou acima da média móvel linear de 200 dias.

    Já o Ibovespa terminou com ganhos de 1,11%, aos 103.361,70 pontos, no seu maior patamar desde 10 de junho, quando bateu 105.481 pontos. O índice foi beneficiado pela recuperação das ações ligadas ao minério de ferro, além da alta de papéis dos setores de saúde e energia. As ações ordinárias da Vale, por exemplo, chegaram a subir mais de 3%.

    O índice foi prejudicado nesta manhã pelo aumento na aversão a riscos por conta das tensões internacionais, operando entre altas e baixas até às 12h.

    No radar dos investidores para a semana também está a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

    A expectativa é de uma nova elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a taxa Selic, mas com sinalização do fim do ciclo de elevações iniciado em março de 2021, conforme a inflação dá sinais de queda.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na segunda-feira (1º), o dólar subiu 0,09%, a R$ 5,177. Já o Ibovespa teve queda de 0,91%, aos 102.225,08 pontos.

    Taiwan

    A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, chegou a Taiwan na noite desta terça-feira em uma viagem que, segundo ela, pretende expressar a solidariedade norte-americana à ilha reivindicada pelos chineses, na primeira visita desse tipo em 25 anos e que corre o risco de levar as relações entre Washington e Pequim a um nova crise.

    Pelosi e sua delegação desembarcaram de um avião de transporte da Força Aérea dos EUA no Aeroporto Songshan, no centro de Taipé, e foram recebidos pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, e pela principal representante dos EUA em Taiwan, Sandra Oudkirk.

    A ilha, que busca reconhecimento internacional como um país, mantém relações diplomáticas com os Estados Unidos, mas é reivindicada pela China. O governo chinês anunciou que poderia retaliar caso Pelosi visitasse Taiwan.

    Até o momento, a China suspendeu as importações de 35 exportadores taiwaneses de biscoitos e doces desde a véspera.

    A Agência Central de Notícias oficial de Taiwan informou nesta terça-feira também que, entre as 3.200 empresas taiwanesas registradas na alfândega da China na categoria de alimentos, 2.066 foram listadas como “importação suspensa”.

    Minério de ferro

    Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Singapura subiram em uma sessão volátil nesta terça-feira, com traders focados na melhora das margens do aço na China enquanto avaliavam as perspectivas de mais cortes na produção.

    O minério de ferro mais negociado, para entrega em setembro, na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações com alta de 1,5%, a 807 iuanes (US$ 119,32) a tonelada, perto da máxima de quatro semanas alcançada na segunda-feira, de 817,50 iuanes.

    Na Bolsa de Singapura, o contrato de setembro de referência do ingrediente siderúrgico subiu 0,7%, para US$ 115,50 a tonelada, mas abaixo do pico de quatro semanas da sessão anterior de US$ 120,95.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado permite uma recuperação, mesmo que distante dos níveis do primeiro trimestre de 2022, quando foram beneficiados pelo cenário internacional.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • Locaweb (LWSA3) +8,72%;
    • Hapvida (HAPV3) +5,23%;
    • IRB Brasil (IRBR3) +3,65%;
    • Vale (VALE3) +3,19%;
    • Gerdau (GGBR4) +3,08%

    Maiores baixas

    • Via (VIIA3) -3,69%;
    • Cyrela (CYRE3) -3,02%;
    • Eztec (EZTC3) -2,80%;
    • Azul (AZUL4) -2,70%;
    • Yduqs (YDUQ3) -2,08%

    *Com informações da Reuters