Dólar tem leve alta com inflação nos EUA ainda no radar; Ibovespa sobe
O Ibovespa foi ajudado por uma recuperação dos preços em Wall Street após um dia de tensão na véspera
O dólar fechou em leve alta de 0,16% ante o real, para R$ 5,3136, nesta quinta-feira (13), depois de oscilar entre ganhos e perdas, com o mercado local captando o viés ainda de força para a moeda norte-americana no exterior após novos dados de inflação nos Estados Unidos.
Na B3, o Ibovespa recuperou parte das perdas de 2,65% da véspera. O índice de referência do mercado acionário brasileiro avançou 0,83%, aos 120.705 pontos.
A bolsa brasileira foi ajudada por uma recuperação dos preços em Wall Street.
A queda no preço do minério de ferro também impactou os negócios, principalmente as grandes mineradoras.
A Vale (VALE3) caiu 1,61%, com os contratos de referência do minério de ferro na China chegando a desabar até 9,5% nesta quinta-feira após um super rali que levou os preços a máximas históricas nos últimos dias.
Internamente, investidores seguem de olho em Brasília, já que a CPI da Pandemia continua avançando. Além disso, uma pesquisa do Datafolha colocou o ex-presidente Lula em vantagem contra Bolsonaro para o pleito presidencial de 2022.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 1,59% em março na comparação com o mês anterior, de acordo com dado dessazonalizado divulgado pelo BC.
Com o resultado mais fraco do que a expectativa em pesquisa da Reuters de contração de 3,75%, o índice encerrou o primeiro trimestre deste ano com alta de 2,30% sobre os últimos três meses de 2020.
Na comparação com março de 2020, o IBC-Br registrou avanço de 6,26% e, no acumulado em 12 meses, teve perda de 3,37%, segundo números observados.
Lá fora
Wall Street encerrou em forte alta após um amplo rali nesta quinta-feira, recuperando-se de três dias consecutivos de vendas com apoio de dados otimistas do mercado de trabalho.
Todos os três principais índices acionários registraram ganhos sólidos, com o Nasdaq, sob peso das ações da Tesla, ficando na retaguarda.
O Dow Jones ganhou 1,29%, aos 34.021 pontos; o S&P 500 avançou 1,22%, aos 4.112 pontos; e o Nasdaq teve alta de 0,72%, aos 13.124 pontos
Dados do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos mostraram que os preços ao produtor subiram 0,6% no mês passado, após ganho de 1% em março. Um relatório separado mostrou que os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA aumentaram em 473 mil.
Um salto nos preços das commodities, escassez de mão de obra e dados de preços ao consumidor muito mais fortes do que o esperado desta semana alimentaram preocupações sobre a inflação, que poderia forçar o Federal Reserve a aumentar os juros apesar de suas garantias de que a elevação nos preços será temporário.
As ações europeias caíram nesta quinta-feira, pressionadas por uma queda nas mineradoras em meio a uma forte baixa nos preços das commodities, enquanto um rápido aumento na inflação nos Estados Unidos manteve o sentimento pró-risco contido.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em baixa de 0,1%, depois de na mínima recuar 1,7%, afastando-se ainda mais da máxima de todos os tempos alcançada recentemente.
Ações de empresas ligadas a recursos básicos caíram 3,0%, liderando as quedas entre os setores europeus, enquanto o índice de companhias de petróleo e gás recuou 1,4%. Os setores estiveram entre os recentes líderes de mercado, devido à alta nos preços das matérias-primas.
As montadoras também cederam 0,9%, enquanto as ações de empresas de setores defensivos como serviços públicos, saúde e telecomunicações subiram.
As bolsas asiáticas fecharam com perdas significativas nesta quinta-feira (13) seguindo o tom negativo de Wall Street ontem, após dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA bem acima das expectativas reforçarem temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possa reverter a agressiva política de estímulos monetários que vem implementando para combater os efeitos da pandemia do novo coronavírus antes do esperado.
O índice acionário japonês Nikkei sofreu um tombo de 2,49% em Tóquio hoje, a 27.448,01 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 1,81% em Hong Kong, a 27.718,67 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,25% em Seul, a 3.122,11 pontos, e o Taiex registrou baixa de 1,46%, a 15.670,10 pontos, também em meio a preocupações sobre um recente surto local de Covid-19.
Já na China continental, os mercados interromperam uma trajetória de recuperação que vinha desde o começo da semana. O Xangai Composto teve queda de 0,96%, a 3.429,54 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,81%, a 2.253,30 pontos.
Ontem, as bolsas de Nova York tiveram perdas de 2% ou mais, em seu terceiro pregão negativo seguido, após o CPI dos EUA vir muito acima do esperado, sustentando temores de que pressões inflacionárias forcem o Fed a elevar seus juros básicos mais cedo do que se imaginava.
A inflação vem ganhando força mundialmente, em parte por causa da recuperação dos preços das commodities, e gera preocupações de que outros grandes bancos centrais também possam rever sua postura acomodatícia.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, após fechar em nível recorde no começo da semana. O S&P/ASX 200 caiu 0,88% em Sydney, a 6.982,70 pontos.
*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo