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    Dólar sobe a R$ 5,35 e Ibovespa também fecha em alta, a quase 99 mil pontos

    Pela manhã, a moeda tinha chegado a cair contra o real e o índice havia superado os 99 mil pontos

    Do CNN Brasil Business, , em São Paulo*

    O dólar fechou em alta de 0,59% contra o real nesta segunda-feira (6), a R$ 5,3521, depois de cair mais de 1% no começo da sessão.

    O Ibovespa também encerrou o dia em território positivo e avançou 2,24%, a 98.937 pontos. O principal índice da bolsa brasileira não conseguiu sustentar os 99 mil pontos alcançados pela manhã, mas encerrou o dia no maior patamar desde 5 de março. O volume financeiro no pregão somou R$ 26,8 bilhões.

    Dólar

    Durante a sessão, a cotação do dólar oscilou entre baixa de 1,09%, para R$ 5,2626, e alta de 0,70%, a R$ 5,358. 

    A moeda norte-americana subiu apesar de o dia ter sido positivo nos mercados externos, embalados por otimismo com dados na China e nos Estados Unidos. Investidores buscaram proteção na moeda dos EUA diante do menor custo de hedge no mercado doméstico. 

    Operadores voltaram a citar o trade “compra de bolsa/compra de dólar”, que deu a tônica em vários meses recentemente, já que o hedge via câmbio está mais barato com a Selic nas mínimas históricas. 

    O juro baixo é visto como suporte à recuperação da atividade econômica, mas por outro lado torna o real uma moeda menos atrativa em relação a seus pares. A melhora da economia poderia fortalecer o balanço das empresas, elevando os preços das ações, mas o juro nas mínimas manteria o real sob pressão, especialmente diante do aumento de preocupações fiscais.

    Pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda mostrou estimativa de contração de 6,50% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Contudo, houve ligeira melhora em relação à taxa de -6,54% da semana passada. Ainda de acordo com a sondagem, o mercado espera dólar de 5,20 reais ao fim de 2020, pela mediana das projeções.

    Na semana passada, o Itaú Unibanco piorou a estimativa para os déficits primários no Brasil em 2020 e 2021, citando despesas com auxílio emergencial neste ano e aumento de gastos sociais no ano que vem. O Itaú vê o dólar a R$ 5,75 ao fim de 2020.

    Mas mesmo o cenário para a economia, a despeito de dados recentes acima do esperado, segue turvo, por causa da pandemia.

    Alguns elementos sugerem que o Brasil pode estar embarcando em um processo prematuro de abertura, aumentando os riscos de que o controle do surto de Covid-19 acabe demorando mais tempo. Isso implica riscos de queda para nossas previsões fiscais/de crescimento”, disseram analistas do Citi em nota.

    Uma economia mais fraca pressionaria os juros para baixo e desestimularia ingresso de capitais ao país, combinação que joga contra a taxa de câmbio.

    Em nota, o Goldman Sachs disse estar “bullish” (otimista) com o peso mexicano na América Latina — e não citou o real. O peso mexicano subia 0,2% nesta sessão.

    Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a falar sobre o combo juro baixo/câmbio desvalorizado como nova realidade para a economia brasileira.

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    Bolsa

    O Ibovespa fechou no maior patamar em quatro meses, em meio a perspectivas positivas de recuperação econômica pós-Covid-19 e com intenso noticiário corporativo no país.

    Na visão de analistas da Mirae Asset, mercados no exterior abriram a semana sustentados por expectativas otimistas da recuperação da economia global. “O mundo está olhando para a China, que responde com boa retomada econômica e aparente sucesso em conter o Covid-19”, afirmaram em nota a clientes.

    Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,59%, favorecido ainda por dados melhores do que o esperado sobre o setor de serviços norte-americano, que ajudou a ofuscar nova onda de casos de coronavírus nos Estados Unidos.

    Do cenário brasileiro, também repercutiram comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, do domingo, de que o governo fará quatro grandes privatizações em até 90 dias e que a reforma tributária deve ser aprovada ainda em 2020. 

    Para a casa de pesquisa e análise Eleven, o Ibovespa está em uma zona de congestão, com uma rotação entre setores.

    “A temporada de divulgação de resultados do segundo trimestre, que se inicia neste mês, deve trazer à tona uma dolorosa verdade, do difícil momento que diversos setores e empresas estão vivenciando. Resta saber o quanto das más notícias no curto prazo já estão precificadas”, afirmou.

    O mercado de capitais brasileiro voltou à atividade com toda força no segundo trimestre e as ofertas de ações de empresas domésticas já cresceram 10% no primeiro semestre, segundo dados da Refinitiv.  

    Com o desempenho desta sessão, o analista Fernando Góes, da Clear Corretora, destacou que, embora a marca dos 100 mil pontos tenha um efeito psicológico grande, “graficamente começamos a olhar para os 105/107 mil pontos, que deve ser o novo alvo”.

    A última vez em que o Ibovespa fechou acima dos 100 mil pontos foi em 5 de março.

    Destaques do pregão

    B2W ON fechou com elevação de 8,63%, após sua controladora Lojas Americanas anunciar oferta de ações de até 7 bilhões de reais que inclui a varejista online como um dos destinos dos recursos captados na operação. A Lojas Americanas disse que avalia capitalizar a B2W em R$ 3 bilhões. Lojas Americanas subiu 5,16%.

    Mercado Livre, negociada em Nova York, perdeu fôlego e fechou em alta de 0,76%, após superar cotação de R$ 1.000 pela primeira vez nesta sessão, com o setor de comércio eletrônico ajudado pela pandemia, que fez as entregas online subirem fortemente. Aqui, Via Varejo ON avançou 2,64% e Magazine Luiza ON encerrou praticamente estável.

    Cogna ON avançou 5,56%, após pedir registro para oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações da sua subsidiária Vasta nos Estados Unidos. No setor de educação, Yduqs ON subiu 1,39%.  

    CVC Brasil ON disparou 10,55%, no embalo do otimismo com a reabertura de países ao turismo, com empresas áreas brasileiras também aumentando a oferta de voos.

    Bradesco PN e Itaú Unibanco PN valorizaram-se 6,09% e 4,64%, respectivamente. No fim de semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, prometeu que até 1º de fevereiro a Casa não pautará novos impostos no Brasil. Uma dos riscos para as ações de bancos era a chance de alta da CSLL para atenuar o efeito do Covid-10 na arrecadação federal.

    Petrobras PN subiu 2,41%, na esteira da alta do petróleo Brent LCOc1 no exterior, além de avanços em seu plano de desinvestimento. Os ministérios da Economia e de Minas e Energia defenderam que a decisão da Petrobras de vender ativos de refino não vai contra decisão do Supremo Tribunal Federal sobre desestatizações.  

    Vale ON teve acréscimo de 2,37%, na esteira da alta dos preços do minério de ferro na China. A mineradora também informou que sua subsidiária integral Vale Overseas Limited pretende emitir bonds com vencimento em 2030, em operação que será garantida pela companhia.

    IRB Brasil ON caiu 1,76%, com o papel ainda afetado pelo anúncio de que fará captação bilionária para repor provisões técnicas regulatórias afetadas por fraude contábil.

    JHSF ON, for a do Ibovespa, avançou 3,52%, após anunciar oferta primária e secundáriarestrita de até 44.427.950 ações, que espera precificar em 15 de julho. 

    Smiles ON caiu 2,39%, pior desempenho do índice Small Caps .SMLL, após seu conselho aprovar a compra de 1,2 bilhão de reais em créditos da Gol para uso futuro. Gol PN subiu 3,12%, com dados de junho no radar.

    *Com Reuters

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