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    Mercado cobra agenda segura e previsível para o Brasil

    Na quarta, a bolsa caiu pelo terceiro dia consecutivo e o dólar alcançou o maior patamar desde o final de maio

    Abertura de Mercado
    Abertura de Mercado Foto: CNN

    do CNN Brasil Business*

    O que aconteceu no mercado nesta quarta-feira (18) tem muitas motivações. Mas se for preciso apontar uma importante, seria “o Brasil está sem agenda”. A frase foi dita por Jason Vieira, da Infinity Asset, e coincide com outras casas de análises. A palavra ‘agenda’ também pode ser substituída por ‘planejamento ou ‘entendimento de prioridades’. A discussão sobre a reforma tributária faz parte desse vácuo de agenda e prioridade.

    Além da reforma, a percepção de risco é motivada também por questões como os precatórios, a crise hídrica e a agenda política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que inclui questionar o sistema eleitoral e atacar o poder Judiciário.

    Feliz com a independência, mas acuado, o Banco Central (BC) já acata o abalo da confiança sobre o controle da inflação e a segurança crescente sobre a capacidade de crescimento da economia brasileira.

    Nesta quarta, a bolsa caiu pelo terceiro dia consecutivo e levou uma queda de 2% no desempenho nos negócios do ano todo. Já o dólar alcançou o maior valor desde o final de maio, subiu 2%, fechando em R$ 5,37. O patamar acima de R$ 5,30 já começa a acionar uma expectativa de reação e intervenção do BC. Os juros futuros também seguiram as altas e a taxa dos contratos para 2031 encostou em 11%.

    O impacto desse cenário descrito acima tem diferentes modulações. Para Jason Vieira, da Infinity, entramos em uma situação um pouco complicada, com parte da culpa sendo do próprio país, com todo seu ruído político. “E ruído político no Brasil, para o mercado financeiro, é um ruído fiscal”, o que impacta no dólar e nos juros. Como também não há foco na agenda econômica por aqui, e somam-se questões externas, há reações, como a ativação do modo defensivo dos investidores.

    Já Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, vê a queda da bolsa brasileira como um “excesso”, já que seria praticamente a única operadora em queda em 2021. “A narrativa que vimos fazer outros mercados crescerem 13%, 14%, é a mesma, a de reabertura das economias. O Brasil tende a ter resultados melhores ao longo deste ano”.

    Gustavo lembra que os resultados do segundo trimestre não foram ruins, então a projeção é de melhores dados, com a bolsa como um termômetro dessas informações positivas. “Entendo que tem motivos para ficar otimista no restante do ano”, diz.

    A ata do Fed divulgada nesta quarta também ajudou a dar um direcionamento ao mercado, já que apontou para um período de mudanças nos estímulos à economia. Como avalia Isabela Guarino, economista da GAP Asset, em novembro o banco central dos Estados Unidos deve apontar uma redução no ritmo de compra de ativos. “Mas para o Fed começar a subir os juros, ele precisar ver a inflação média rodando mais próximo da meta e a economia no pleno emprego, o que deve acontecer lá pelo final de 2022, começo de 2023”.

    Christopher Garman, da Eurasia Group, traz o fator político para a situação brasileira. Ele alerta que um presidente candidato à reeleição em uma economia abalada, pode levar a decisões mais arriscadas e empurrar o Brasil para uma dinâmica negativa. “O presidente entrando em 2022 mais fraco, deve dobrar as apostas nessa política polarizante. Isso pode exacerbar riscos que já estávamos vendo no horizonte para a campanha de 2022. Então, foi mais um movimento de antecipação que ocorreu de piora relativa de um contexto que já estávamos preocupados”, explica Garman.

     

    Tivemos no dia ainda a votação do edital do leilão do 5G no TCU (Tribunal de Contas da União). O texto já está virtualmente aprovado. Mas vai demorar um pouco mais para tocar o processo, já que um dos ministros pediu vistas. A reação das empresas envolvidas no tema foi negativa. Isso porque o parecer técnico que criticava as redes privativas para o governo, foi ignorado. “As empresas veem como uma conta pública disfarçada de licitação”, explica do diretor do CNN Brasil Business, Fernando Nakagawa.

    Na agenda desta quinta-feira (19) temos a Sondagem Industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria)  e a segunda prévia do IGP-M de agosto. Já o projeto do Imposto de Renda na Câmara, por enquanto, fica na geladeira. 

    Neste episódio do Abertura de Mercado, a comentarista de economia da CNN Thais Herédia ouve especialistas sobre esses e outros temas que mexem com a economia e influenciam o mercado.

     

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    *Texto publicado por Ana Carolina Nunes