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    Masa Son, bilionário do SoftBank, estoca dinheiro para o ‘pior cenário’

    “É a primeira vez em nossa história que liquidamos muitos dos ativos o mais rápido possível”, disse o executivo

    Masayoshi Son, presidente-executivo do SoftBank Group
    Masayoshi Son, presidente-executivo do SoftBank Group Foto: REUTERS/Kim Kyung-Hoon

    Sherisse Pham , CNN Business, em Hong Kong

    O bilionário japonês Masayoshi Son diz que a pandemia Covid-19 continuará causando estragos nas empresas no curto prazo e que ele está estocando dinheiro para se preparar para o “pior cenário”.

    Embora vacinas eficazes e tratamentos para a Covid-19 possam chegar em breve, o CEO da SoftBank disse que está pessimista com os surtos de segunda e terceira ondas ocorrendo atualmente em todo o mundo.

    “Nos próximos dois a três meses, qualquer desastre pode acontecer”, disse Son na terça-feira (17), falando de Tóquio na conferência Dealbook, organizada do jornal ‘The New York Times” e que foi realizada online este ano.

    O SoftBank anunciou uma venda imediata de ativos no início deste ano para sustentar seu balanço patrimonial, enquanto a pandemia turvava as economias e derrubava o valor de seu Vision Fund, focado em tecnologia. O plano inicial era vender US$ 41 bilhões em ativos, mas Son disse que o SoftBank acabou dobrando essa meta.

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    “É a primeira vez em nossa história que liquidamos muitos dos ativos o mais rápido possível”, contou.

    Antes que a distribuição em massa de tratamentos contra o coronavírus ou uma vacina se torne disponível, “alguma grande empresa poderia quebrar” e causar um “efeito dominó” em setores relacionados. Son usou o colapso do Lehman Brothers para ilustrar seu ponto de vista: a queda de apenas um banco abalou todo o setor bancário e desencadeou um crash do mercado global de ações.

    “Ainda quero estar preparado para o pior cenário, então é por isso que hoje temos quase US$ 80 bilhões em caixa em mãos nós mesmos”, disse Son.

    Parte desse estoque já foi usado para recomprar ações no SoftBank, que Son repetidamente lamentou serem subvalorizadas pelos investidores.

    O magnata da tecnologia também está investindo em empresas de tecnologia já estabelecidas, um movimento que ele insistiu ser consistente com sua estratégia de longo prazo de apostar na revolução da inteligência artificial (IA) que se aproxima.

    Segundo Son, empresas como Google, Amazon, Facebook e Apple, são players fundamentais no desenvolvimento da IA. “Unicórnio, público ou privado, não importa. Só quero apostar na revolução da IA”, contou Son.

    Algumas de suas apostas já azedaram. O SoftBank divulgou na semana passada perdas de 131,7 bilhões de ienes (US$ 1,3 bilhão) vindas de “investimentos em ações listadas e outros instrumentos” nos seis meses encerrados em setembro. Durante uma apresentação dos lucros, Son descreveu a estratégia mais recente de sua empresa de investir em empresas de alta liquidez, empresas de primeira linha e derivativos como “um programa piloto”.

    O fundador do SoftBank é mais conhecido por investir grandes somas de dinheiro em startups privadas de tecnologia, uma estratégia que, ao longo dos anos, rendeu tanto grandes recompensas quanto constrangimento público.

    O investimento mais famoso de Son foi o de US$ 20 milhões no Alibaba vinte anos atrás – uma aposta que atingiu US$ 60 bilhões quando a empresa chinesa de comércio eletrônico abriu o capital em 2014. Mais recentemente, ele foi perseguido pelo desastroso investimento na WeWork que terminou com o SoftBank tendo que salvar a startup de comercialização de espaços comerciais com um caro pacote de resgate.

    “Perdemos muito no investimento na WeWork, bilhões de dólares. E o erro é meu”, lamentou. “Mas, felizmente, temos alguns outros investimentos de sucesso. Portanto, no quadro total, ainda estamos positivos”, disse, acrescentando que continua esperançoso de que o Vision Fund renderá ainda mais dinheiro ao Softbank.

    Gigante veículo de investimento em tecnologia apoiado pela Arábia Saudita, o fundo registrou ganhos de 141,4 bilhões de ienes (US$ 1,4 bilhão) nos seis meses que terminaram em setembro, depois de vender ações de quatro empresas e sacar de seis outras, segundo o SoftBank afirmou em um registro na semana passada. O registrou não revelou quais empresas saíram do fundo.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)

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