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    Magazine Luiza, B2W ou Via Varejo: quem levou a melhor em 2020?

    O e-commerce foi um dos poucos setores que cresceram com a pandemia de Covid-19. As vendas online cresceram 75% no Brasil

    Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O ano que passou impôs vários desafios às empresas de varejo. O grande destaque para o setor foi a corrida para oferecer o melhor serviço nas vendas online. Ao mesmo tempo, as empresas precisaram aprender como aproveitar melhor as lojas físicas, que passaram um bom tempo de portas fechadas. 

    O e-commerce foi um dos poucos setores que cresceram com a pandemia de Covid-19. Segundo a Mastercard, as vendas online cresceram 75% no Brasil. A XP Investimentos ainda espera crescimento de 32% do comércio eletrônico em 2021. 

    Diante disso, vimos resultados positivos nos balanços das grandes varejistas brasileiras. O Ebitda da Via Varejo (VVAR3) em 2020 foi de R$ 2,9 bilhões, enquanto o Magalu (MGLU) apresentou R$ 1,5 bilhão e a B2W (BTOW3), R$ 950 milhões. 

    Apesar dos fortes números da Via Varejo, 2020 tem outro dono: o Magazine Luiza. Esta é a opinião da maior parte dos especialistas consultados pelo CNN Brasil Business, embora o Magalu não seja unanimidade. 

    Magalu, o dono do omnichannel

    O Magazine Luiza foi o escolhido pelo enorme potencial de gerar valor usando as lojas físicas. A empresa é pioneira na estratégia de integração das lojas com o e-commerce. E, mesmo com as restrições de circulação, as vendas cresceram 11% nas lojas físicas. 

    “É o Magalu quem manda no negócio chamado omnichannel (integração de canais), mesmo com a pressão dos concorrentes chegando forte. É impressionante como a empresa apresenta boas notícias um trimestre após o outro”, afirma Luiz Claudio Dias Melo, sócio-diretor da consultoria 360 Varejo. 

    No quarto trimestre, o destaque ficou por conta do crescimento de 120% do e-commerce, na comparação com 2019, e alta de 57% na receita. Os dois indicadores vieram acima do esperado por analistas do Santander. 

    Os resultados positivos fazem o mercado financeiro confiar no Magalu apesar de um cenário incerto e desfavorável para o varejo. 

    “Seguimos achando que Magazine Luiza é o nome mais sólido entre as varejistas listadas no Ibovespa para o posicionamento no setor”, comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. 

    “Ainda que esperemos que os lockdowns recentemente anunciados prejudiquem os resultados da companhia a curto prazo, acreditamos que o Magazine Luiza está bem posicionado para capturar as vendas no e-commerce”, diz relatório do Itaú. 

    Os bancos mantiveram a recomendação de compra para o papel. O preço-alvo da ação varia entre R$ 20 (Itaú) e R$ 32 (Banco Safra). Nesta segunda-feira (8), os papéis do Magazine Luiza encerraram o pregão negociados a R$ 23,10.

    Transformação na Via Varejo

    Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos, considera que a Via Varejo foi a empresa de melhor desempenho entre as gigantes do varejo no ano passado. 

    “A Via Varejo foi o principal destaque pela transformação da companhia, que precisou de uma agilidade imensa para direcionar os esforços para as vendas online”, comenta o especialista. 

    Parece que a estratégia de transformação da empresa vem dando certo. A varejista viu seu e-commerce crescer 174% em 2020. Seu marketplace teve crescimento de 84%. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi multiplicado por 2,7 e chegou a R$ 2,9 bilhões no ano passado.

    Mesmo assim, os investidores estão preocupados com a empresa. As ações da Via Varejo já contabilizam queda de 25% no ano, isso porque os investidores ainda querem mais provas de que a companhia tem capacidade de continuar crescendo em um setor tão competitivo. 

    O time de especialistas do BB Investimentos, porém, ainda acredita na evolução da Via Varejo, apesar das dificuldades. “Não obstante entendemos que a Via Varejo encontra-se mais atrasada do que alguns de seus pares, não podemos deixar de destacar que a companhia possui algumas vantagens competitivas, como seu expressivo parque de lojas, o crediário e a fábrica de móveis”, diz relatório do banco. 

    O patinho feio

    Nessa corrida, a B2W corre por fora, por enquanto. É verdade que a dona da Americanas.com e Submarino apresentou sinais de recuperação no quarto trimestre, quando reportou lucro de R$ 16 milhões após uma longa série de prejuízos, mas o número ainda está longe de animar. 

    Por atuar apenas no e-commerce, diferentemente de suas principais concorrentes, a B2W foi beneficiada pelo boom do comércio eletrônico e não precisou se preocupar com o desempenho de lojas físicas. Apesar disso, a B2W estuda uma fusão com a Lojas Americanas, o que lhe daria vantagem competitiva.

    Visto que o agravamento dos casos de Covid-19 e a intensificação de medidas restritivas ao comércio físico devem impulsionar o e-commerce, o BB Investimentos tem recomendação de compra para o papel da B2W e fixa preço-alvo de R$ 113 para o final de 2021.

    “A B2W e a Via Varejo estão criando uma forte pressão no Magazine Luiza. A briga parece ter finalmente esquentado”, diz Melo. 

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