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    Klabin, Renner: 10 ações recomendadas por corretoras para investir em fevereiro

    A carteira do CNN Brasil Business teve apenas duas mudanças em fevereiro. Saíram Ambev e Multiplan para a entrada de Klabin e Totvs

    Foto: Divulgação/Renner

    Leonardo Guimarães,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Janeiro tinha tudo para ser “o mês”. E começou com tudo mesmo. A bolsa paulista atingiu a marca de 125 mil pontos no fechamento do dia 8, mas perdeu o fôlego à medida que o mercado percebeu atraso na vacinação contra a Covid-19 no Brasil e colocou pessimismo na recuperação econômica do país. 

    Depois de terminar 2020 no azul, o índice amargou perda de 3,3% em janeiro. A Eletrobras (ELET3 e ELET6) liderou as quedas, despencando pelo menos 21% com a saída de Wilson Ferreira Jr. do cargo de presidente da estatal e o projeto de privatização da empresa parado. 

    Também não foi um bom mês para os bancos. Enquanto os investidores veem a volta de medidas mais duras de isolamento social na Europa e, em São Paulo, o setor acumula perdas. Banco do Brasil (BBAS3) caiu 13% em janeiro. Santander (SANB11) teve queda de 12%, Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBCD4) caíram 10%. 

    Se deu bem quem apostou em NotreDame Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3). Após o anúncio da fusão entre as duas empresas, elas dispararam 20,7% e 12,45%, respectivamente. 

    Fevereiro traz logo no seu primeiro dia um divisor de águas. As eleições para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado terá o poder de definir o humor do mercado na primeira semana do mês. “Uma vez definidos os vencedores do pleito, as discussões em torno das reformas fiscais e de programas de suporte à economia devem voltar à pauta”, afirma Rafael Panonko, head de Research da Toro Investimentos. 

    Panoko acredita que o noticiário sobre o andamento da vacinação contra a Covid-19 pelo mundo deve trazer “solavancos” nas próximas semanas. 

    A temporada de balanços, que se estende até o mês que vem, também é pauta em fevereiro. “Surpresas positivas no desempenho das empresas no ano passado também têm espaço para impulsionar o mercado”, diz Panoko. 

    A carteira 

    Com o cenário ainda muito incerto, os especialistas evitaram apostas muito ousadas para fevereiro. A ordem é olhar para as empresas que sempre entregam bons resultados. 

    Entre as dez ações mais recomendadas por analistas, estão empresas ligadas a commodities (Petrobras, Vale e Klabin), bancos e instituições financeiras (B3 e Itaú), varejo (Magazine Luiza, Lojas Renner e Via Varejo), energia (Eneva) e uma do setor de tecnologia (Totvs).

    A carteira do CNN Brasil Business teve apenas duas mudanças em fevereiro. Saíram Ambev (ABEV3) e Multiplan (MULT3) para a entrada de Klabin (KLBN11) e Totvs (TOTS3). 

    Para chegar a essa lista, recebemos recomendações de ações e avaliação dos setores que os investidores devem ficar de olho. Neste mês, as corretoras que participaram do levantamento foram Santander, Toro Investimentos, Guide, Genial Investimentos, Easynvest e Órama. 

    Cada uma delas sugeriu 10 papéis, com peso respectivo de 10%, e analisou cinco setores da economia. As ações que receberam duas recomendações ou mais entraram para a carteira ou se mantiveram na lista.

    As ações do Bradesco (BBDC4) também foram recomendadas duas vezes, mas ficaram de fora graças a dois critérios de desempate: a lista anterior (não estava presente) e desvalorização –nesse embate os papéis do Bradesco, que caíram 10% em janeiro, perderam para Klabin (+6,16%) e Totvs (-1,67%). 

    Itaú
    Ação: ITUB4
    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    A crise da Covid-19 provocou um aumento na inadimplência dos principais bancos brasileiros, principalmente com os impactos sendo mensurados em relação ao primeiro semestre do ano passado. De fato, os segmentos de pessoas físicas e micro e pequenas empresas devem gerar perdas significativas. 

    Contudo, avaliamos que o balanço dos principais bancos permanece robusto, com baixa alavancagem e grande pulverização do risco de crédito. Além disso, vemos um cenário onde a reversão de perdas do semestre passado pode ocorrer. Por fim, as medidas de injeção de liquidez por parte do Banco Central brasileiro ajudaram a garantir o bom funcionamento do sistema financeiro nesse momento de maior aversão a risco.

    Seguimos com uma visão construtiva para o Itaú. Destacamos também a criação da NewCo, podendo destravar importante valor aos acionistas da companhia através de sua participação na XP.

    Olhando para frente, alguns fatores que nos levam a estar positivo quanto a possível performance da holding são: o setor financeiro sendo negociado a patamares de preços descontados frente ao seu ROE histórico; o dividend yield elevado (4,5% projetado para 12 meses); e o alto volume de provisões no Itaú deverá ocorrer apenas no 1º semestre do ano de 2020, com expectativa de recuperação no restante do ano e possível reversão de perda para 2021. 

    Vale
    Ação: VALE3
    Comentário: Sergio Moreira Franco, responsável pela análise de Renda Variável na Órama

    A volta das economias globais e o arrefecimento das tensões políticas entre EUA e China com a eleição de Joe Biden formam um cenário positivo para as commodities, no geral, e para a Vale, em específico.

    A companhia possui algumas plantas que estão paradas e, assim, mesmo que a demanda por minério aumente, será possível honrar com os pedidos sem grandes problemas. 

    Seu robusto pagamento de dividendos semestrais são grandes atrativos e uma forma de balancear nossa carteira de investimentos com uma empresa bastante sólida.  

    Eneva
    Ação: ENEV3
    Comentário: Rafael Panonko, head de Research da Toro Investimentos

    A Eneva é uma companhia integrada de energia, além de possuir negócios complementares voltados para geração de energia elétrica, exploração e produção de hidrocarbonetos no Brasil. Acreditamos que a empresa possua capacidade para expandir as operações, beneficiando-se das oportunidades apresentadas no mercado de gás, do desenvolvimento da Usina Termelétrica Nossa Senhora de Fátima (UTE Fátima) e da possível aquisição do Complexo Urucu.

    Magazine Luiza
    Ação: MGLU3
    Comentário: Rafael Panonko, head de Research da Toro Investimentos

    Com o movimento de correção das varejistas que observamos no início de 2021, alguns ativos, que já operavam em seu “preço justo”, voltaram a operar em patamares de preço atrativos aos investidores. 

    Acreditamos que esse cenário acaba trazendo gatilho de compra para empresas como Magazine Luiza. A companhia, que já tem seu favoritismo no mercado em detrimento de sua boa posição no e-commerce e no varejo de bens duráveis, deve continuar apresentando números atrativos para as próximas divulgações de resultado, o que deve impulsionar ainda mais os preços no mês de fevereiro

    Totvs 
    Ação: TOTS3
    Comentário: Rafael Panonko, head de Research da Toro Investimentos

    A Totvs é líder no mercado de sistemas de gestão empresarial, o que contempla soluções que não deixam de ser utilizadas em períodos de crise e que têm barreiras de entrada fortes. Durante a pandemia, a empresa se mostrou bastante resiliente e isso se deve à atuação da companhia em diversos segmentos. Mesmo com a indefinição de tendência do Ibovespa no mês de janeiro, as ações da Totvs se mantiveram num viés de alta, e acreditamos na continuidade dessa tendência para fevereiro.   

    B3
    Ação: B3SA3
    Comentário: José Falcão C. Castro, analista de Investimentos da Easynvest

    Em 2020, os mercados de capitais e financeiro no Brasil passaram por um momento inédito, que combinou volatilidade gerada pelas incertezas que acompanham a crise atual a um cenário de taxas de juros em patamares historicamente baixos. 

    Tal dinâmica teve como efeito uma busca por parte dos investidores, principalmente os locais, por diversificação de seus portfólios, além dos tradicionais títulos públicos, evidenciada pelo crescimento dos volumes negociados nos principais mercados de atuação da bolsa brasileira.

    O vigor dessa demanda encorajou empresas a retomarem seus planos de captação de recursos, tanto no mercado de dívida quanto de ações, no qual vimos o pipeline de IPOs e follow-ons voltar a crescer.

    Klabin 
    Ação: KLBN11
    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    No cenário atual, a empresa tem se beneficiado em todos os seus segmentos: embalagem para alimentos e bebidas, tissue (papel higiênico e lenços de papel), e caixas de papelão para transporte dos produtos no e-commerce. Os volumes crescentes nas vendas, tanto de papel quanto de celulose, demonstram este cenário positivo. A companhia anunciou ainda, recentemente, aumento de US$ 20/t nos preços da celulose para os mercados asiáticos, em linha com a melhora do setor.

    Gostamos do modelo de negócio da companhia, que é integrado, flexível e diversificado, gerando uma grande vantagem competitiva. Além disso, cerca de 50% das vendas da companhia são voltadas ao mercado externo, enquanto apenas 7% de seus custos são em dólar, gerando ganhos significativos no cenário atual (dólar em patamar elevado).

    Por fim, a Klabin adquiriu recentemente o negócio de papéis para embalagens e papelão ondulado da International Paper, o que reforça o compromisso da companhia com o setor de embalagens e também com a geração de valor para seus acionistas. O  outro foco para o ano de 2021 é o projeto Puma II, que tornará a Klabin a terceira maior vendedora de Kraftliner no mundo.

    Lojas Renner
    Ação: LREN3
    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    Os resultados de 2020 seguem bastante impactos pela pandemia do coronavírus, com atuação ainda focada no varejo físico, principalmente em shoppings, a queda na receita foi significativa.

    No entanto, a Lojas Renner aproveitou o período no qual teve de operar apenas com o canal digital, para acelerar suas estratégias de omnicanalidade, ampliando o número de lojas cadastradas no “ship from store”, realizando vendas por whatsapp e drive-thru. Este movimento já impactou bastante os números da companhia, que no 3T20 apresentou crescimento de 200% nas vendas digitais, com evolução do fluxo, número de clientes ativos e novos clientes.

    Entre outros destaques do seu último resultado, destacamos: uma queda de 17% das vendas nas mesmas lojas, ainda impactado pelas lojas fechadas no início de agosto (31% do total), item que já deve apresentar recuperação no 4T20;  EBITDA reduzindo 94,9%, com Margem de 0,8%, consequência da menor alavancagem operacional, reflexo dos volumes vendidos, e da menor Margem Bruta; e 33,3 milhões de cartões emitidos, que representaram 40,8% das vendas de mercadorias, 3,5 p.p. inferior ao mesmo período do ano anterior, explicada pelo comportamento do consumidor, mais suscetível, no contexto atual, ao pagamento à vista e, também, por questões operacionais, relativas ao fechamento das lojas e à maior restrição de crédito. 

    Acreditamos que os três itens acima devem apresentar rápidas recuperações ao longo do 4T20, impulsionados tanto pela reabertura das lojas, quanto pelos grandes eventos que estão por vir (Black Friday e Festas de final de ano).

    Petrobras
    Ação: PETR3
    Comentário: Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

    No curto prazo, alguns triggers que sustentam nossa recomendação: continuidade da venda de ativos onshore; avanço do projeto de desinvestimento das refinarias. A Petrobras vem reposicionando seu portfólio em ativos de maior rentabilidade, com foco na desalavancagem financeira da estatal. No curto prazo as ações da Petrobras devem permanecer com alta volatilidade acompanhando o cenário de reabertura comercial, além da expectativa pelas vacinas, o que já tem desencadeado numa recuperação mais relevante do petróleo.

    Vale destacar o Plano Estratégico e Plano de Negócios e Gestão 2021 – 2025, que tem como foco a redução da alavancagem financeira,  maiores investimentos futuros (em exploração e produção – E&P- em especial) e significativo corte de custos operacionais e  foco na gestão estratégica empresarial. 

    Assim, a empresa deve continuar a se beneficiar do processo de vendas de ativos, da melhora operacional, com ganhos de eficiência e produtividade; e da contínua desalavancagem financeira. Fatores que nos deixam mais otimistas com o rumo da estatal. Entre os riscos estão a queda mais acentuada do preço do barril de petróleo; e a paralisação do processo de venda de ativos são fatores que podem pressionar o papel.

    Via Varejo
    Ação: VVAR3
    Comentário: Sergio Moreira Franco, responsável pela análise de Renda Variável na Órama

    O ano de 2020 foi desafiador para as empresas de varejo. A importância de ter um bom sistema de e-commerce cresceu e as companhias que conseguiram digitalizar suas operações de forma rápida e eficiente foram premiadas.

    A Via Varejo apresentou mudanças em linha com seu processo de turnaround e conseguiu migrar seu canal de vendas de forma eficiente para os meios digitais. Esse movimento rápido impactou positivamente as ações da companhia que valorizaram durante o ano. 

    Enxergamos de forma positiva as novas iniciativas que reduzem o tempo ocioso dos colaboradores na loja física e os transformam em vendedores online, com acesso a uma base de dados com informações sobre gostos e preferências dos clientes.

    Por fim, vemos um reaquecimento econômico e impacto positivo nas vendas do segmento de varejo.