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    ‘Jabutis’ em MP podem custar outra Eletrobras aos consumidores, diz Abrace

    Paulo Pedrosa, chefe da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, diz à CNN que setor descarta risco de racionamento

    Da CNN, em São Paulo

     

    Parte do setor de energia tem levantado preocupações sobre ‘jabutis’ que foram colocados no texto da Medida Provisória (MP) que viabiliza a capitalização da Eletrobras. O nome é dado a itens que não tem ligação direta com a pauta. 

    Questionáveis, essas propostas podem custar caro aos consumidores finais, segundo Paulo Pedrosa, presidente da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). “A privatização é importante para a economia, mas jabutis colocados no texto podem custar outra Eletrobras aos consumidores”, diz em entrevista à CNN. 

    Entre as propostas que causam resistência, está a obrigatoriedade da contratação de termoelétricas a gás longe de reservas ou gasodutos, o que encareceria o serviço, devido à logística da operação. Pedrosa diz que espera que os senadores encontrem um equilíbrio para a sociedade na análise da MP, que está marcada para ser votada na Casa na quarta-feira (16)

    Segundo Pedrosa, as duas últimas MPs aprovadas no setor aumentaram os custos de políticas públicas na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), encargo setorial pago pelas elétricas, em R$ 2 bilhões. Para a indústria, o valor fica em torno de R$ 800 milhões a mais por ano. “Isso por causa de vários projetos e programas que foram incluídos nos custos da energia. Mais da metade do que se paga não é energia, são penduricalhos”. 

    ‘Sem risco de racionamento’

    Diante de uma das piores crises hídricas e energéticas da história recente, o governo se movimenta para tentar evitar o racionamento, e diversos setores tentam entender os desafios para os próximos meses. A indústria, responsável por quase a metade do consumo de energia do Brasil, tem conversado com o governo e não conta com um cenário de racionamento. 

    “Não trabalhamos com cenário de racionamento. Temos tido diálogos com o governo e as análises são convergentes. O Brasil tem reforço termoelétrico para superar o problema deste ano. Questão é como vamos lidar com isso para ter o menor custo para a sociedade”, diz Pedrosa.

     

    Para além da expectativa positiva, Pedrosa diz que as indústrias podem encontrar soluções alternativas, como focar a produção em plantas onde a situação hídrica é mais positiva, trocar fontes de energia ou deslocar parte da produção para a madrugada pagando um pouco mais de hora extra.

    “Havendo sinal econômico correto, as soluções vão ser encontradas de forma inteligente”, diz.

    *Texto publicado por Ligia Tuon

    Fachada da sede da Eletrobras
    Fachada da sede da Eletrobras
    Foto: Pilar Olivares/Reuters

     

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