Investimento em games clássicos movimenta milhões
Cartuchos de jogos antigos são alvo de colecionadores
Em 2020, o mercado mundial de games faturou mais do que os serviços de streaming e a indústria esportiva juntos: foram US$ 178 bilhões, um aumento de 23%, na comparação com o ano anterior. Neste ano, o resultado deve se repetir.
Quatro a cada cinco consumidores americanos jogaram videogames durante a pandemia, 80% deles são adultos. Jogadores fanáticos, eventuais e até aqueles que nunca tinham se aventurado nos controles encontraram nos games uma nova saída para o isolamento pandêmico. Uma pesquisa recente mostrou que 40% dos novos jogadores disseram que vão seguir usando videogames e comprando jogos mesmo quando a pandemia terminar.
E a explosão do mercado de videogames não se restringe apenas aos jogadores, virando até investimento: com muitas pessoas em casa, alguns americanos procuraram maneiras de investir o dinheiro e colocaram milhões de dólares em peças colecionáveis, como cartuchos antigos de jogos.
O dentista Eric Naierman já gastou milhões de dólares em cartuchos antigos lacrados e tem uma coleção de 300 jogos – que vão desde Mario Bros até Gumshoe, ambos lançados em 1986. Para reunir os itens, ele fez a partir de 2019 uma espécie de fundo de investimento com familiares e afirma já ter conseguido lucros ao vender os games. “Muitos dos jogos que compramos no início tiveram alta no preço e vendemos. Com isso, investimos em outros que têm características que podem se tornar visadas no futuro”, explica.
Uma cópia do jogo Super Mario Bros, lançado em 1985, foi arrematada por US$ 2 milhões nesta semana – recorde para o jogo mais caro já vendido na história -, e é reflexo do crescimento do mercado de pessoas que investem em games clássicos.
Semanas antes da cópia de Super Mario Bros ser vendida, o jogo ‘Super Mario 64’, dos anos 90, foi leiloado por mais de US$ 1,5 milhão e “Zelda” também foi vendido, em julho, por US$ 870 mil.
“Há 10 vezes mais Picassos no mundo do que Mario Bros selados. Então é apenas o mesmo princípio de baixa oferta e alta demanda que eu mantenho. E é por isso que eu acredito que a tendência de alta vai continuar”, diz Naierman à CNN.