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    Investidores globais discutem regularização de terras com Congresso

    O texto de uma MP sobre o assunto perdeu a validade, em maio, após críticas da sociedade civil de que a proposta do governo favorecia a grilagem

    Bárbara Baião , Da CNN, em Brasília

    Em meio à pressão internacional por compromissos mais claros do Brasil pela preservação ambiental, representantes de fundos de investimento globais vão discutir com a Câmara dos Deputados as diretrizes do projeto de lei sobre a regularização fundiária. Vão participar da reunião, marcada para terça-feira (15), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o autor da proposta, deputado Zé Silva, líder do Solidariedade; e o relator, deputado Marcelo Ramos, do PL. 

    Responsável por administrar mais de U$ 4,6 trilhões em ativos, o grupo foi recebido, na semana passada, por seis ministros e pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que está à frente do Conselho da Amazônia. Na ocasião, os investidores cobraram medidas efetivas para a redução do desmatamento. O governo, em resposta, apresentou uma série de diretrizes, entre elas a regularização de terras da União já ocupadas.

    Para avançar no tema, em dezembro, o Executivo editou uma Medida Provisória com esse teor. O texto perdeu a validade, em maio, após críticas da sociedade civil de que a proposta do governo favorecia a grilagem por conceder título de propriedade a quem, por meio de uma autodeclaração, ocupou terras da União. Em alternativa, a Câmara elaborou um projeto com o mesmo objetivo, mas com regras diferentes. 

    Entre as principais mudanças, a medida recua em relação ao marco temporal. Segundo o projeto, a legalização só será válida para quem ocupou terras publicas até 2008, e não mais até 2018, como previa a MP. Segundo o autor, deputado Zé Silva, a mudança é importante pois traz segurança jurídica e desestimula a invasão. 

    Além disso, outra mudança é sobre o tamanho dos terrenos que serão regularizados sem necessidade de georreferenciamento. A sugestão do Executivo era para que a medida valesse em extensões territoriais de até 15 módulos fiscais.  O relator recuou para seis, o que, segundo dados do Incra, corresponde da 92% das demandas por legalização de terras pendentes atualmente.

    “Depois de muita desinformação, vai ficando claro que a aprovação do PL da regularização fundiária é instrumento fundamental de combate a grilagem e ao desmatamento”, disse Ramos, relator do texto.

    Deputados debateram os temos do projeto, na semana passada, com Mourão. Segundo parlamentares envolvidos no assunto, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apoia a nova versão do texto.

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