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    Imobiliária Lello troca índice de reajuste dos aluguéis de IGP-M para IPCA

    IGP-M fechou 2020 com uma alta acumulada de 23%, contra 4,5% do IPCA

    Wesley Santana, colaboração para o CNN Brasil Business

    Todos os contratos de serviços são indexados a uma taxa de juros que indica a porcentagem anual de reajuste dos preços. No caso da locação de imóveis, normalmente é usado como referência o IGP-M, um índice que mede o movimento dos preços no mercado. 

    O problema é que essa taxa fechou 2020 com uma alta acumulada de 23%, quase três vezes maior que o resultado de 2019, quando a subida havia sido de 8,27% no ano. 

    Por isso, na tentativa de conter as altas e promover mais oportunidades de negócios, alguns proprietários e imobiliárias estão adotando novos índices de referência. É o caso da Lello Imóveis, imobiliária paulista que administra mais de 12 mil contratos.

    A partir deste ano, a empresa passa a usar como base o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é o principal indicador da inflação, para fazer a correção anual das novas locações. O IPCA acumulou alta de 4,5% em 2020.

    Segundo Moira Bossolani, head jurídica da empresa, a adoção de novos métodos desponta como uma emergência imobiliária para aumentar a celebração de contratos e evitar a desocupação dos imóveis. Ela comenta que o setor já foi muito afetado pela pandemia e esse novo tipo de reajuste desponta como uma saída. 

    Para os acordos em vigor, antes do fechamento de 2020, quando os números já indicavam uma alta expressiva, a imobiliária permitiu que os próprios donos escolhessem uma entre três alternativas para seus imóveis em 2021: não reajustar, deixando o aluguel pelo mesmo valor; aplicar o IPCA no lugar do IGP-M; ou determinar um percentual próprio de reajuste. 

    Em sua maioria, os donos optaram pelo IPCA e isso indicou um caminho também para os novos contratos em 2021. “Com diálogo e bom senso, o setor imobiliário vem demonstrando grande sensibilidade, reforçando seu papel de conciliação para atender às necessidades de proprietários e inquilinos, em favor da locação”, afirma.

    No período mais crítico da crise, a imobiliária também trabalhou para negociar descontos nos aluguéis e ampliar os prazos de pagamentos dos clientes. Mais de R$ 25 milhões foram negociados.  

    “Quanto mais a gente desjudicializar e negociar os aluguéis de forma alternativa, achando um meio-termo para locador e locatário, melhor para as relações. Isso contribui para que o contrato se prolongue por muito tempo, porque não é uma situação colocada por uma terceira pessoa, que pode causar prejuízo a uma das partes, e sim um exercício de empatia. E é nisso que temos trabalhado”, conclui Moira.

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