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    Ícone brasileiro, vira-lata caramelo vira símbolo de criptomoeda nacional

    Investimento de alto risco atrai milhares de seguidores nas redes sociais e mostra de forma divertida a lógica desse mercado

    Magaléa Mazziotti, colaboração para o CNN Brasil Business

     

    Depois da Dilmacoin, em referência a ex-presidente Dilma Roussef, e da Ronaldinho Soccer Coin, criada pelo próprio ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, chegou a vez de outro ícone brasileiro, o vira-lata caramelo, tornar-se símbolo de uma criptomoeda, a Vira-lata Finance ($REAU). 

    Com forte crítica ao cenário atual de pressão inflacionária e desvalorização do real, os criadores da moeda meme a apresentam nas redes sociais como “desinflacionária, segura e autossustentável”.

     

    Ela sucede a Dilmacoin, considerada a primeira sátira em forma de ativo digital do país, e faz uma referência à Dogecoin, uma criptomoeda criada nos Estados Unidos, cujo logo é o famoso cachorro da raça Shiba Inu. 

    A Vira-lata Finance foi criada neste mês, com um posicionamento bem claro “já que nosso governo, apesar de imprimir dinheiro sem parar, não nos deixou colocar o vira-lata caramelo na nota de R$200, então vamos fazer o reAUUUUUUUU valer (bem) mais que R$ 1”, escrevem os criadores em seu website.

    Vale comprar?

    Ainda que a iniciativa arremate milhares de seguidores nas redes sociais e esteja com um suprimento de R$ 1 trilhão de tokens, há de se ter cautela na hora de pensar no meme como investimento. 

    “Intrinsecamente qualquer moeda não tem valor se não é aceita como meio de troca. Claro que tudo que tem demanda aumenta de valor, o que está acontecendo no caso da Vira-lata Finance. Porém, alguém sempre acaba perdendo neste tipo de operação”, orienta Guilherme Marques Moura, professor da Escola de Negócios da UP (Universidade Positivo), economista e doutor em desenvolvimento econômico.

    Trajetória e objetivos do reauuu
    Trajetória e objetivos do reauuu
    Foto: Vira-lata Finance / Divulgação

     

    O professor acompanha a evolução de todo o mercado de criptomoedas e considera que os seguidores podem se valer do caráter didático dessas iniciativas para aprender mais sobre o mercado. “Para quem não conhece, vale participar visando o entendimento de como funciona a transação”, explica.

    Ao longo de março, a Vira-lata Finance registrou uma valorização de R$ 0,1 para R$ 0,18, segundo a plataforma Mercado Bitcoin. Os criadores reservam 3% das transações e repassam 2% para todos os investidores. 

    A criptomoeda brasileira também traz a finalidade de ajudar instituições não governamentais de auxílio a animais abandonados e, segundo os criadores, oferece uma alternativa ao sistema financeiro centralizado, o que é conhecido no setor como DeFi, do inglês “descentralized finance” ou finanças descentralizadas. 

    São serviços financeiros que operam baseados em algoritmos pré-programados nas blockchains. As programações se dão direto na rede ou por meio dos contratos inteligentes, que viabilizam acordos automatizados, executáveis entre as partes sem a necessidade de intermediários ou reguladores, como instituições financeiras. 

    O volume de criptomoedas em DeFi cresceu 20 vezes, indo de US$ 652 milhões para US$ 14,7 bilhões em 2020. Ainda é pouco representativo até na comparação com a capitalização do bitcoin, que se aproxima de US$ 400 bilhões, mas confere potencial para uma infinidade de serviços antes restritos a bancos e outros players do sistema tradicional. 

     

     

     

     

     

     

     

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