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    Ibovespa sobe 2,1% e retoma 83 mil pontos, com trégua no cenário doméstico

    Bolsa brasileira descolou da tendência das principais praças acionárias do mundo, que tiveram queda nesta quinta-feira

    Operador da bolsa de valores brasileira, a B3 (7.jan.2016)
    Operador da bolsa de valores brasileira, a B3 (7.jan.2016) Foto: Paulo Whitaker/Reuters

    Descolando de Wall Street e das principais praças acionárias globais, o Ibovespa encerrou o dia em forte alta e retomou o patamar dos 83 mil pontos, nível que havia perdido em 29 de abril. O índice de referência do mercado acionário brasileiro fechou o pregão desta quinta-feira (21) em alta de 2,1%, a 83.027,09 pontos. 

    As ações dos bancos, que tiveram altas expressivas e têm grande peso no índice, ajudaram a puxar o resultado para cima, em dia de resultado da Caixa Econômica Federa (que não tem capital aberto). O banco estatal anunciou que seu lucro líquido caiu 7,5% no primeiro trimestre de 2020, totalizando R$ 3 bilhões. O fator que mais pesou na balança foram as taxas de juros, fixada em mínimas históricas. Ainda assim, a Caixa reduziu sua provisão de inadimplência, na contramão dos concorrentes.

    As ações do Itaú Unibanco e do Bradesco avançaram 5,7% e 5,5%, respectivamente, enquanto o Banco do Brasil tinha alta de 7,1%. 

    Fortaleceu o tom otimista do mercado doméstico o desfecho de reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores, apesar de um ambiente ainda volátil nos mercados por causa da pandemia de Covid-19.

    Na reunião, a maioria dos 27 governadores pediu o veto à possibilidade de reajuste salarial a categorias de servidores públicos, corroborando a intenção do governo federal de não manter a autorização aprovada pelo Congresso, enquanto o presidente disse que pretende sancionar a ajuda a Estados e municípios o mais breve possível.

    O reajuste encontrava resistência na equipe econômica liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em meio a preocupações de mais um fator de pressão nas contas públicas.

    O tom mais amistoso do encontro também repercutiu positivamente, com os governadores e os presidentes da Câmara e do Senado fazendo questão de ressaltar a necessidade de uma atuação conjunta de todos.

    “Não é possível dizer que a partir daí teremos calmaria nas relações entre o presidente e o Congresso, ou mesmo entre o presidente e governadores. Porque os interesses divergentes entre eles permanecem. Mas se trata de ter aberto canais de diálogo, que se forem usados podem controlar melhor os problemas futuros”, ressaltou a equipe da XP Política a clientes.

    Na quarta-feira, o Goldman Sachs apontou que a América Latina oferece o maior valor entre ações de mercados emergentes, com a bolsa paulista provavelmente a melhor candidata a uma recuperação, conforme relatório a clientes.

    “As ações brasileiras em dólares têm sido o ativo com o pior desempenho em meio ao ‘sell-off’ de mercados emergentes, e recomendamos a investidores que comprem Bovespa”, afirmaram os estrategistas, citando entre os fatores espaço de recuperação no mercado brasileiro com a melhora do risco global e relacionamento historicamente próximo com preços de commodities.

    Lá fora

    No exterior, Wall Street fechou no vermelho, conforme tensões comerciais entre Estados Unidos e China e resultados divergentes de varejistas, além de dados econômicos, trouxeram receios sobre o ritmo de recuperação das economias afetadas pelo coronavírus. O S&P 500 caiu 0,78%.

    Os desentendimentos entre as duas maiores economias do mundo sobre a origem do novo coronavírus, somado aos dados dos pedidos de auxílio-desemprego divulgados mais cedo, esfriaram os ânimos deste mês na bolsa americana. 

    Milhões mais de trabalhadores americanos entraram com pedidos de auxílio-desemprego na semana passada. As solicitações em atraso continuam a ser liberadas e os problemas causados pelo coronavírus provocam uma segunda onda de demissões no país, indicando outro mês de fortes perdas de empregos em maio. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 2,438 milhões em dados ajustados sazonalmente na semana encerrada em 16 de maio.

    Na China, os índices acionários fecharam a quinta-feira em baixa, pressionados pelo setor de tecnologia – diante da notícia de que reguladores dos EUA devem realizar mudanças alfandegárias para conter a importação de chips da chinesa Huawei Technologies. O índice que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,54%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,55%.

    Na zona do euro, as ações também caíram após um forte desempenho nesta semana. O índice FTSEurofirst 300 caiu 0,81%, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,75%. O principal responsável pela mudança dos ventos foram os recentes dados de atividade empresarial, que revelaram o impacto da crise do coronavírus no setor.

    *Com Reuters