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    Guedes reforça apelo de Bolsonaro para ‘impedir desorganização da economia’

    Ministro da Economia argumentou que, sem atividade econômica, a população terá os recursos, mas as prateleiras estarão vazias

    Anna Russi , Da CNN, em Brasília

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou nesta sexta-feira (27) o discurso do presidente Jair Bolsonaro de que é necessário “impedir a desorganização da economia brasileira” em meio à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. 

    “Se nós não nos lembrarmos de que temos que continuar resistindo com nossa produção econômica também, vamos ter aquele fenômeno onde todo mundo está com os recursos, mas prateleiras estão vazias porque nós deixamos a organização da economia brasileira entrar em colapso”, disse o ministro.

    Segundo Guedes, Bolsonaro não está diminuindo a ameaça sanitária mas alertando para uma eventual crise de abastecimento. O presidente tem criticado nos últimos dias a adoção de quarentena por governadores e prefeitos e defende um “isolamento vertical”, que se aplicaria apenas a pessoas infectadas e do grupo de risco.

    Guedes, que tem 70 anos e está no Rio de Janeiro desde a última sexta-feira (20), gravou o vídeo divulgado na tarde desta sexta nas redes sociais do Ministério da Economia.

    Segundo o ministro, o Brasil está sendo atingido por duas ondas: a primeira é o choque na saúde, devido à covid-19, e a segunda é o “desafio econômico” trazido pela brusca desaceleração da atividade.

    “A segunda onda, o presidente acaba de nos advertir e nos alertar. Ele não está de forma alguma diminuindo o problema e a ameaça da primeira onda. Ele está nos alertando que precisamos impedir a desorganização da economia brasileira, precisamos impedir uma crise de abastecimento”, afirmou Guedes.

    O ministro pede que a população cuide da saúde, mas também tenha em vista o “desafio de continuar produzindo”.

    Apesar do alerta, Guedes se disse otimista em relação à capacidade do Brasil de atravessar as duas ondas. “O presidente da República, o Congresso brasileiro, o povo brasileiro, os empresários não vão deixar a produção ser desorganizada, os caminhoneiros que vão fazer o transporte, os produtores rurais que vão garantir o abastecimento. É o Brasil acima de tudo, e o Brasil vai atravessar as duas ondas. Vamos furar as duas ondas e vamos sair mais fortes e unidos do lado de lá”, finalizou Guedes.

     

    Primeira versão

    Em uma primeira versão do vídeo a que a CNN teve acesso, Paulo Guedes comentava sobre uma medida provisória, ainda a ser publicada, que propõe que o governo adiante uma parcela de 25% do seguro-desemorego para trabalhadores que tiverem seu salário e jornada reduzidos, de forma a completar a renda dos mesmos. 

    Ele mencionou que, para setores econômicos mais atingidos pela crise, o adiantamento seria superior a 25%, de 33%. “Se o setor é mais atingindo, mais vulnerável ainda, e a receita caiu para zero, o governo banca em vez de 25% chega a 1/3 de forma a proteger os empregos”, disse o ministro. No entanto, esta versão foi removida e o vídeo publicado não contém este trecho. 

    Em nota, a assessoria de imprensa da pasta informou que a medida ainda está sendo avaliada em conjunto pelo ministro e o presidente Bolsonaro. De acordo com a explicação, o complemento do governo será um percentual do seguro-desemprego, a que a pessoa teria direito, equivalente ao percentual de corte sofrido. 

    A proposta do governo é de que as empresas possam reduzir a jornada dos funcionários em até 50%, com corte proporcional do salário. Ou seja, o benefício para os trabalhadores será maior do que o explicitado na primeira versão do vídeo, que tinha sido gravado.

    “A medida será anunciada com mais detalhes assim que estiver concluída. Por isso iremos republicar o vídeo do ministro sem os percentuais citados. Pedimos desculpas pelo inconveniente, foi um erro de edição, onde mantivemos uma informação já modificada pelo Ministro e equipe”, informou a pasta.

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