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    Guedes diz que não há intenção de prorrogar auxílio e que há uma retomada forte

    O ministro da Economia, no entanto, afirmou que a decisão não foi tomada pelo temor da segunda onda, mas governo continua trabalhando com volta do Bolsa Família

    Anna Russi e Cristina Kos, , do CNN Brasil Business, em Brasília

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que o plano do governo não considera uma prorrogação do auxílio emergencial. Ele admitiu, no entanto, que há “muita” pressão política para que o benefício seja extenso. 

    “Do ponto de vista do governo, não existe prorrogação do auxílio emergencial. Mas é evidente que existe muita pressão política para isso acontecer”, disse durante palestra em evento anual conjunto da Empiricus e da Vitreo, nesta segunda-feira (23). 

    Ele também afirmou que, neste momento, a economia sobe enquanto a doença cede, apesar de muitos temerem uma segunda por aqui (assim como acontece nos EUA e na Europa).

    “Contra evidência empírica não há muito argumento e os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. É como estamos agora. Então, do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial (…)”, afirmou. 

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    Segundo ele, embora não considere a prorrogação dos programas emergenciais, o governo está preparado para reagir à uma segunda onda, caso ela seja comprovada empiricamente.

    “Se houver evidência empírica e o Brasil tiver mil mortes, se tiver uma segunda onda de fato, nós já sabemos como reagir. Quais programas funcionaram melhor, quais não funcionaram no início. […] Estamos preparados para reagir, mas não adianta criar fatos que não existem. Hoje temos a doença cedendo e a economia voltando. Nessa situação, o fim do auxílio emergencial”, reforçou. 

    Embora o ministro já tenha dito que o plano ‘A’ do governo era o fim do auxílio emergencial em 31 de dezembro e a volta do Bolsa Família, ele também chegou a dizer que, no caso de uma segunda onda, a prorrogação da medida emergencial não seria uma opção e sim uma certeza. 

    Guedes também esclareceu que um novo programa social do governo, o Renda Brasil, não tem conexão direta com o auxílio emergencial e nem serviria como substituto do mesmo. “

    É de outra família e tem que ser fiscalmente sustentável. Ela não tem a ver com a pandemia em si e sim com a transferência de renda e focalizada para as famílias mais pobres. É um programa evolucionário da família de reformas estruturantes e não uma medida emergencial”, argumentou.

    Atrasados nas privatizações 

    Para o ministro, o Brasil está atrasado nas privatizações. “O eixo político de centro-esquerda estava bloqueando a pauta das privatizações. O próprio governo hesitava. De alguma forma, não conseguimos nos entender para acelerar a pauta”, admitiu. 

    Segundo ele, foi o próprio governo que havia dado para a sinalização para ele de que a privatização da Eletrobras, dos Correios e do Porto de Santos, bem como da carteira de PPSA, iriam avançar.

    “Havíamos feito uma reunião com algumas lideranças políticas e esse sinal me foi dado, chegamos a conclusão de que seria bom anunciar essas privatizações”, comentou. 

    Apesar disso, na visão dele, como o Congresso é reformista e as eleições confirmaram a subida dos partidos de centro-direita, Guedes acredita que a pauta liberal democrata, com privatizações, simplificação tributária, abertura econômica e desregulamentação, tem grandes chances de andar.

    “A pauta do setor privado, de transição de uma economia dirigida pelo Estado para uma economia dirigida pelo mercado vai andar. Eu confio muito que as privatizações vão ser bem aceleradas no ano que vem”, disse. 

    O ministro também admitiu estar frustrado com o ‘timing’ da política e a execução de reformas. “Em algumas dimensões sim, bastante frustrado. Bem impressionado em algumas dimensões e mal impressionado em outras”. 

    Guedes disse que não está totalmente satisfeito com a aprovação da reforma da previdência. “Eu defendia uma reforma um pouco mais forte para poder nos lançar em um regime de capitalização e desoneração da folha de trabalho”, destacou.

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