Guedes admite que pacote emergencial do Brasil já representa quase 10% do PIB
Ministro da Economia pretende sugerir ao FMI que aumente o fluxo de Direitos Especiais de Saque
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já admite que o pacote de medidas emergenciais fiscais do Brasil representa quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB). A informação está no discurso que ele preparou para a reunião do comitê IMFC do Fundo Monetário Internacional (FMI), a ser realizada na próxima quinta-feira (16). A nota verbal dos discursos dos participantes foi divulgada nesta quarta-feira (15) no site do organismo internacional.
“O Brasil desenvolveu um pacote de políticas financeiras substancial para combater a crise, abrangendo medidas fiscais equivalentes a quase 10% do PIB, medidas para prover liquidez que representam 17% do PIB, e outras ações de suporte a expansão de crédito que equivalem a cerca de 16% do PIB”, diz o texto.
Ele destaca que várias ações de reforço para o sistema da saúde pública, incluindo a contratação de 5 mil médicos, aumentando as camas, macas e bens médico-hospitalares, além de zerar tarifas e priorizar a liberação aduaneira dos produtos. “População de baixa renda, desempregados e trabalhadores informais totalizam 20 milhões de pessoas que já começaram a receber recursos temporários para completar suas rendas”, ressalta.
Aumento de saque
Em sua fala o ministro também pretende sugerir ao FMI que aumente o fluxo de Direitos Especiais de Saque para países membros da entidade. O argumento dele, é que este é um mecanismo de baixos risco e custo já testado em outros períodos de crise. Na prática, a medida facilita saques e empréstimos com fundo.
“Melhora o fluxo de liquidez global e é particularmente útil para economias médias e pequenas, que não possuem reservas internacionais suficientes ou acesso a linhas de swap”, analisa Guedes. O ministro ainda acrescenta que é reconfortante saber que o FMI tem condições de ajudar os países associados caso necessário com o empréstimo de até US$ 1 trilhão.
Reformas
Guedes ainda afirma que engajado em uma resolução para superar os impactos da pandemia da COVID-19, o Brasil também não deixou para trás a agenda de reformas estruturais. “As reformas serão retomadas assim que a situação nos permitir mudar o nosso foco da contenção da doença de volta para nossos objetivos de médio prazo, os quais permanecem as mesmas”, observa.
Reafirmando que nenhum brasileiro ficará para trás, o ministro reforça que o país tem feito medidas verdadeiramente extraordinárias para combater a pandemia e garantir o bom funcionamento do sistema financeiro e a oferta de crédito, além de proteger a renda, o emprego e as empresas.