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    GPA x Carrefour: na maior disputa do varejo, quem teve o melhor 3º trimestre?

    A principal competição entre as gigantes está no atacarejo, com as bandeiras Atacadão – do Carrefour – e Assaí – do GPA

    Supermercado do Pão de Açúcar, bandeira do GPA: resultado da empresa foi positivo, mas a concorrência é forte
    Supermercado do Pão de Açúcar, bandeira do GPA: resultado da empresa foi positivo, mas a concorrência é forte Foto: GPA/Divulgação

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Nesta semana, as duas maiores varejistas do Brasil em faturamento divulgaram os balanços do terceiro trimestre. Mais uma vez, Carrefour (CFRB3) e GPA (PCAR3) reportaram números consistentes, mas não há margem para um empate na visão dos investidores e o recado é claro: o momento do Carrefour é melhor. 

    A principal competição entre as gigantes está no atacarejo, com as bandeiras Atacadão – do Carrefour – e Assaí – do GPA. Nesse quesito, ponto para o Carrefour: as vendas em mesmas lojas cresceram 26%, acima dos 20% que previa o BTG Pactual. No Assaí, o aumento veio em linha com o esperado pelo BTG: 18,1%. 

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    A receita bruta do Atacadão foi de R$ 13,5 bilhões contra R$ 10,1 bilhões da bandeira do GPA. 

    No varejo “puro”, vantagem para o Carrefour, novamente. As vendas em hiper e supermercados cresceram 26,6% no terceiro trimestre. No GPA, houve desaceleração do crescimento e a divisão de varejo avançou 10,4%. 

    Os resultados do GPA não foram ruins. Os números foram classificados como “resilientes” (BTG Pactual) e “positivos” (BB Investimentos). O problema é a concorrência. 

    “A boa performance do GPA foi ofuscada pelos impressionantes números de vendas do Carrefour”, afirma relatório do BTG Pactual. 

    Outra análise, do Banco Safra, diz que os números do GPA corroboram a visão positiva para a ação, “ainda que tiveram desempenho abaixo do Carrefour, limitando uma reação ainda mais positiva das ações”. 

    Digitalização

    O varejo ainda engatinha na internet, especialmente na venda de alimentos. Portanto, ainda há muito espaço para crescimento, e a disputa será, claro, acirrada. 

    O GPA divulgou números do e-commerce alimentar, que responde por 6% do faturamento do braço multivarejo da empresa – ou seja, R$ 442 milhões. Aqui, vale uma explicação: o GPA controla dois e-commerces: o Clube Extra e o Pão de Açúcar. O Extra.com, que não é um e-commerce alimentar, é controlado pela Via Varejo. 

    No Carrefour, a operação alimentar online é menor: faturou R$ 186 milhões no terceiro trimestre. Mas o grande destaque do e-commerce da companhia são os itens não alimentares, que renderam ao Carrefour R$ 709 milhões entre julho e setembro. 

    Uma vantagem do Carrefour nessa maratona é ter largado antes quando assunto é digitalização do atacarejo, braço que mais dá dinheiro para essas empresas. O Atacadão ganhou, recentemente, um marketplace que já possui mais de 300 vendedores.

    A bandeira tem também um e-commerce B2B que foi lançado há seis meses, mas agora recebe investimentos mais robustos e já tem integração com 23 lojas em 11 estados. O Carrefour tem parceria com a Rappi e com a Cornershop para realizar as entregas das compras feitas no online. 

    E mais: o tão sonhado e-commerce lucrativo parece estar a caminho. “A operação de e-commerce (do Atacadão) foi projetada para ser um modelo lucrativo desde o primeiro dia e já está alcançando resultados melhores do que o esperado”, diz a empresa no balanço. 

    O Assaí, concorrente direto do Atacadão e controlado pelo GPA, só está presente no digital para informar ao consumidor onde estão suas lojas.

    GPA pode ser uma boa

    Mesmo diante de resultados muito melhores do Carrefour, investir no GPA pode ser mais vantajoso. Isso porque, na avaliação dos bancos, a ação está muito longe do preço ideal. 

    Para o BB Investimentos, o potencial de valorização do papel é de 57,4% nos próximos 12 meses. O Banco Safra coloca preço alvo 62% acima do atual e o BTG Pactual enxerga valorização de até 48%. 

    A ação do Carrefour, por outro lado, está muito mais próxima do que o BTG considera o preço ideal para outubro do ano que vem. A diferença é de “apenas” 19%. 

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