Governo busca reestruturar programas sociais após auxílio, diz ministro Roma
Em entrevista à CNN, titular do Ministério da Cidadania afirma que objetivo é oferecer ferramentas para a população 'alcançar plena cidadania'
Com o fim do pagamento do auxílio emergencial, em julho, o governo federal pretende reestruturar os programas sociais para oferecer novas ferramentas para a população, afirmou nesta sexta-feira (21) o ministro da Cidadania, João Roma em entrevista à CNN.
“Na sequência [do auxílio emergencial], estamos buscando reestruturar os programas sociais do governo para que a população encontre, a partir de agosto, um programa mais fortalecido e mais amplo. Isso será focado nos mais vulneráveis, mais pobres e necessitados, especialmente os beneficiários do Bolsa Família“, disse Roma.
O ministro explicou ainda que a ideia é oferecer ferramentas “para buscar uma promoção, inclusive, na busca de direitos para alcançar uma plena cidadania”.
“Estamos vislumbrando alguns avanços para que, após o último pagamento do auxílio emergencial, possamos ofertar à população uma gama de ferramentas para ela fazer frente a essa dificuldade.”
Roma deu como exemplo a reestruturação do Programa de Aquisição de Alimentos, para proporcionar mais segurança alimentar e nutricional, o que ele disse ser um “dilema do nosso país que precisa ser superado”.
“Buscamos que haja um maior enraizamento, capilaridade, da segurança alimentar e nutricional. O programa precisa ser fortalecido, com vários agricultores familiares – muitos egressos do nosso Cadastro Único – que podem elevar seu ticket médio de renda, hoje em R$ 189 no Bolsa Família, pois na agricultura familiar ele pode fornecer alimentos e receber até R$ 500 por mês” afirmou.
Uso político de programas sociais
O ministro disse também que não será feito uso ideológico ou político dos programas sociais e que o governo tem que ser medido pela sua capacidade de emancipar cidadãos em situação de vulnerabilidade.
“Não permitiremos a utilização política, ideológica ou partidária de programas sociais que visam, sim, proteger uma população em situação de vulnerabilidade (…) Essa preocupação é legítima e vamos atuar, assim como fizemos no pagamento do Auxílio Emergencial, com os órgãos de controle.”

Ele disse ainda que o foco não é “manter estruturas de poder, mas ofertar para a população um caminho de libertação, de autonomia, de ascensão social”.
Segundo Roma, o foco não é o uso eleitoral em 2022 desses programas porque os problemas enfrentados pela pasta são “urgentes e latentes na sociedade”.