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    Geração Z enfrenta desemprego em meio à pandemia; veja dicas para conseguir vaga

    Treino de entrevistas por vídeo e autoavaliação podem ajudar na hora da contratação

    Foto: Amanda Perobelli - 29.mar.2019/Reuters

    Estela Aguiar*,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Após um ano de crise gerada pela Covid-19, a geração Z (formada por nascidos entre 1995 e 2010) ainda enfrenta dificuldades para acessar o mercado de trabalho. 

    Edmundo David, 23, é um dos jovens que estão na fila do desemprego. Ele nunca teve a carteira de trabalho assinada e trabalha de forma autônoma com o pai. “Essa pandemia acaba atrasando um pouco a expectativa que a gente tem. Primeiro, tem que esperar a doença passar para tentar fazer uma faculdade. Mas, em um primeiro momento, estou pensando em arrumar  um emprego. O resto eu acho que é consequência”, diz. 

    De acordo com o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas  (FGV) Renan Pieri, há alguns pontos que fazem com que o jovem tenha uma maior dificuldade para entrar no mercado de trabalho e se manter nele. 

    “Historicamente, o desemprego é bem maior nessa faixa etária (de 18 a 24 anos) em comparação às outras. O jovem chega mal preparado no mercado e essa falta de experiência é suprida pelo treinamento das próprias empresas. E nas situações de crise, eles são os primeiros a sofrerem com as demissões, por conta do tempo trabalhado. Por último, um outro ponto é a dificuldade de estar na faculdade ou não completar o ensino médio, que resulta em uma qualificação mais baixa e torna o ingresso no mercado de trabalho mais difícil”, explica. 

    De acordo com um levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o número de oportunidades de estágio e aprendizagem cresceu 28,1% no 1º bimestre de 2021, comparado ao 5º bimestre de 2020. Entretanto, o índice é 37,1% menor em comparação com os dois primeiros meses do ano passado, quando o país ainda não tinha sido impactado pela pandemia do novo coronavírus.

    Para Humberto Casagrande, CEO do CIEE, os resultados trazem uma expectativa de retorno das oportunidades. “Estamos com um otimismo responsável para o ano e, tendo visto a sazonalidade, a gente espera que melhore ao longo dos meses”, ressalta. 

    Treine para entrevistas por vídeo

    Casagrande também fala que, para colocar mais jovens dentro das empresas, o CIEE tem os preparado para as entrevistas por videoconferência. 

    “A experiência da entrevista por vídeo veio para ficar, e ela deve permanecer nas grandes cidades, onde a locomoção é difícil. Por isso, nós temos disponibilizado dicas de como se comportar nas entrevistas –e, adiantando algumas, o entrevistado tem que ser  objetivo, descrever suas qualidades e dar respostas completas”, diz.

    Faça uma autoavaliação

    Para candidatos jovens que estão à procura do primeiro emprego, há algumas dicas do que considerar já que não têm experiência no mercado de trabalho. 

    Vanessa Cepellos, professora de Gestão de Pessoas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que o candidato deve enfatizar seus “soft skills”, habilidades comportamentais, que podem contar muito no momento da contratação.

    A especialista destaca que, muito antes de enviar o currículo, é importante realizar uma autoavaliação de quem você é e do que você procura.

    “Esse jovem precisa se conhecer, ter autoconhecimento e entender quais são os seus pontos fortes, os pontos fracos, onde ele vai conseguir contribuir naquela corporação, e também o que ele pode trazer de novo”, diz.

    Destaque experiências

    No momento da entrevista, segundo Vanessa Cepellos, o jovem pode falar se já se envolveu em voluntariados, em atividades extracurriculares, mentorias.

    “Essas experiências serão vistas pela empresa, e demonstra a vontade da pessoa em aprender e a capacidade de desenvolvimento que ela tem”, explica. 

    * Sob supervisão de Natália Flach e Maria Carolina Abe