Gasolina bate R$ 6 por litro na zona Sul do Rio e pode subir ainda mais
Petrobras anunciou reajuste nas refinarias de 4,8% na gasolina e 5% no diesel nesta segunda-feira (1)
No dia do anúncio de nova alta nas refinarias da Petrobras, o litro da gasolina já bateu R$6 em postos da zona Sul do Rio de Janeiro. Postos de combustível visitados pela reportagem da CNN em bairros como Leblon, Botafogo e Flamengo já trazem o valor mais alto visto nos últimos meses.
“É um absurdo! Tomei um susto!”, disse o consultor patrimonial Antônio Hamdar depois de pagar a conta. No posto escolhido por ele, para encher meio tanque (35 litros) a conta ultrapassava R$200. “A comida, o arroz, o feijão, em geral tá tudo muito caro. Não é só a gasolina”, reclamou.
Nas contas da consultoria de investimentos Ativa, mesmo com o reajuste de 4,8%, o valor nas refinarias brasileiras ainda precisaria subir ainda mais pra se equiparar ao mercado internacional.
“Ainda há um potencial de alta de 10% no caso da gasolina. Ou seja, a companhia pra se adequar ao preço internacional teria que reajustar o preço do combustível local, aqui do Brasil, em 10%”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.
Se a retomada econômica engrenar com a vacinação, o preço dos combustíveis deve ser afetado. “A gente está prevendo que o preço do barril de petroleo vai continuar crescendo em função desse ano ser um ano de retomada do crescimento econômico. Vai ser um ano de barril caro, vamos ver como é que vai ficar o câmbio”, diz o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires.
Pires defende que o governo encontre uma forma alternativa à intervenção pra garantir que o preço alto não prejudique quem mais precisa. “O governo pode criar fundo de estabilização de preços, usando o dinheiro do royalties e com isso não passar para o consumidor o preço do diesel para os caminhoneiros a volatilidade do barril do petróleo. Podemos criar também a tarifa social, como existe na energia elétrica para as família inscritas no bolsa famiília e fazer com que elas paguem o botijão de gás mais barato que o resto da população”, sugere.