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    Gabriela Pugliesi volta às redes como day trader; conheça os riscos da prática

    'Descobri um novo talento: estou operando na bolsa. Compro e vendo todo dia, faço tudo pelo 'profit' e já me dei bem, viu?', disse a influenciadora no Instagram

    Manuela Tecchio, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Depois de ficar meses afastada de suas redes sociais, a influenciadora fitness Gabriela Pugliesi voltou a postar em sua conta no Instagram e diz ter descoberto um novo talento. Agora, a blogueira de saúde está operando como trader na bolsa de valores, comprando e vendendo ações.

    Após promover uma festa em meio ao período de quarentena, desobedecendo a recomendação das autoridades públicas para o combate da pandemia de coronavírus, ela parou de interagir com o público em meados de abril. Nesta semana, poucos dias após retornar à ativa, Pugliesi revelou aos seguidores seu novo interesse.

    “Descobri um novo talento: estou operando na bolsa. Compro e vendo todo dia, faço tudo pelo ‘profit’ e já me dei bem, viu? Só ontem que tomei um nabo do Banco do Brasil e ainda estou digerindo”, disse a influenciadora em sua conta no Instagram, nesta semana.

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    Mas a polêmica prática do day trade traz uma série de riscos. A operação consiste em comprar e vender um mesmo ativo no mesmo pregão. Ou seja, você começa o dia adquirindo uma ação e espera que ela valorize; depois, vende por um preço maior do que pagou para obter lucro. Ao contrário, apostar que o preço do ativo vai cair, também é comum.

    O principal atrativo desse sistema são os rendimentos altíssimos que alguns traders relatam conseguir. Bem conhecido na fintwit (comunidade do mercado financeiro do Twitter), o trader – e agora influenciador – Rafael Ferri, apontado por Pugliesi como mentor, já disse ter multiplicado em 80.000% seus investimentos em um único ano. No entanto, essa é a realidade de uma minoria (muito) restrita. 

    Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicada no ano passado, constatou que, entre 1.500 pessoas que operaram como day traders, entre 2013 e 2015, apenas 45 não tiveram prejuízo com a prática. Em suma, 97% das pessoas perderam dinheiro e, entre as que lucraram, apenas 0,4% foram capazes de ganhar mais de R$ 300 por dia. E a que mais lucrou, dentre todas, ganhou mil reais por dia, em valores da época. 

    Para chegar nesse resultado, os pesquisadores decidiram filtrar os dados fornecidos pela CVM, que demonstrava a operação de cerca de 20 mil pessoas, com foco apenas no que consideraram traders profissionais. O estudo, portanto, só acompanhou pessoas que atuaram na bolsa por 300 dias consecutivos, no mínimo, com recorte em contratos futuros de mini-índice, o ativo mais comum entre os day traders. 

    O professor Fernando Chague, um dos coordenadores do estudo, disse em entrevista ao CNN Brasil Business que, mesmo no melhor dos cenários, o rendimento não recompensa o risco. É preciso ressaltar que para começar a operar como day trader, geralmente o investidor já começa tendo uma alta de gastos. Alguns exemplos são desde a melhora do pacote de internet até ter um processador mais rápido que permita os movimentos quase que em tempo real. Isso sem contar, a compra de cursos online, entre outros.

    “Se você considerar o estresse constante e o investimento que a pessoa tem que fazer em equipamentos de ponta, em contratar a plataforma e outras despesas, simplesmente não paga a conta”, afirmou. Além disso, o especialista explicou que a matemática não ajuda quem confia na sorte, porque, ainda de acordo com o levantamento baseado em dados da CVM, quanto mais os traders “apostavam”, menos lucro obtinham.

    “É uma questão de probabilidade. Quanto mais você joga, menos ganha. Se você joga por um ou dois dias, a probabilidade é quase a mesma de uma moeda no ar: 50 a 50. Conforme os dias passam, a porcentagem tende a cair”, explicou Chague.

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