Alemanha apreende iate avaliado em US$ 600 mi de oligarca russo alvo de sanções; veja fotos
CEO da Rosneft, Igor Sechin, que também enfrenta sanções da União Europeia pela invasão da Ucrânia pela Rússia, teve seu iate apreendido na França
A Alemanha apreendeu no início desta semana o superiate Dilbar, de propriedade do oligarca russo Alisher Usmanov. A embarcação de quase US$ 600 milhões estava passando por uma reforma nos estaleiros da Blohm + Voss, informou a Forbes, acrescentando que o governo alemão havia congelado o ativo e os funcionários que trabalhavam no navio não apareceram para trabalhar na quarta-feira (2).
O Dilbar pode não ser o iate mais longo do mundo, mas certamente é o maior em volume interior, pesando pouco menos de 16.000 toneladas. Batizado em homenagem à falecida mãe de Usmanov, nascido no Uzbequistão, o navio de 156 metros foi projetado pelo arquiteto naval Espen Oino e entregue pela Lurssen em 2016.
Usmanov não foi o único bilionário russo a passar por essa situação. Igor Sechin, que também enfrenta sanções da União Europeia pela invasão da Ucrânia pela Rússia, teve seu iate apreendido na França, disse o Ministério das Finanças francês em comunicado nesta quinta-feira (3).
Sechin é o CEO da gigante petrolífera russa Rosneft. A União Europeia sancionou Sechin no início desta semana, descrevendo-o como um dos “conselheiros mais confiáveis e próximos do presidente russo, Vladimir Putin, bem como seu amigo pessoal”.
O iate, chamado “Amore Vero” – ou “True Love” em italiano – chegou ao porto mediterrâneo francês de La Ciotat em janeiro. Ele estava programado para deixar o porto em 1º de abril. Em 2013, logo após ser vendido, o “Amore Vero” era avaliado em US$ 130 milhões.
“Obrigado aos funcionários da alfândega francesa que estão aplicando as sanções da União Europeia contra aqueles próximos ao governo russo”, disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, em um tuíte.
Sechin foi vice-primeiro-ministro da Rússia de 2008 a 2012. A União Europeia disse que suas conexões com Putin são “longas e profundas”, com os dois mantendo contato diário.
No início desta semana, Le Maire anunciou que a França criou uma força-tarefa para concluir um censo de ativos financeiros e bens de luxo pertencentes a personalidades russas alvo de sanções da UE.
A BP (BP) disse no domingo que deixaria sua participação de 19,75% na Rosneft e abriria mão de dois assentos no conselho da empresa.
Bilionários da Rússia movem iates para Maldivas
Pelo menos cinco iates de propriedade de bilionários russos estavam ancorados ou navegando nesta quarta-feira (2) nas Maldivas, uma nação insular do Oceano Índico que não tem tratado de extradição com os Estados Unidos, mostraram dados de rastreamento de embarcações.
A chegada das embarcações ao arquipélago na costa do Sri Lanka ocorre após imposição de severas sanções ocidentais à Rússia em represália à invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
O iate Clio, de propriedade de Oleg Deripaska, fundador da gigante do alumínio Rusal, que foi sancionada pelos Estados Unidos em 2018, ancorou na capital Malé nesta quarta-feira, de acordo com o banco de dados MarineTraffic.
O Titan, de Alexander Abramov, cofundador da produtora de aço Evraz, chegou em 28 de fevereiro.
Três outros iates pertencentes a bilionários russos foram vistos navegando nas águas das Maldivas nesta quarta-feira, mostraram os dados, incluindo o Nirvana, de 88 metros, de propriedade do homem mais rico da Rússia, Vladimir Potanin.
A maioria das embarcações foi vista pela última vez ancorada em portos do Oriente Médio no início do ano.
Um porta-voz do governo das Maldivas não respondeu a um pedido de comentário.
Os Estados Unidos disseram que tomarão medidas rigorosas para confiscar propriedades de russos sancionados.
“Na próxima semana, lançaremos uma força-tarefa transatlântica multilateral para identificar, caçar e congelar os ativos de empresas e oligarcas russos sancionados – seus iates, suas mansões e quaisquer outros ganhos ilícitos que possamos encontrar e congelar sob a lei”, disse a Casa Branca em um tuíte no domingo (27).
*Com informações da Reuters e de Xiaofei Xu e Anaëlle Jonah, do CNN Business