Fora do Orçamento, Censo não ocorrerá em 2021, confirma secretário
"As consequências e gestão para um novo Censo serão comunicados ao longo deste ano", disse Waldery Rodrigues
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, confirmou que o Censo Demográfico, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para aferir as condições socioeconômicas da população brasileira, não será realizado em 2021. Isso porque o Orçamento deste ano não prevê recursos para o mesmo.
“Não há previsão orçamentária para o Censo. Portanto, ele não se realizará em 2021”, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira (23). “As consequências e gestão para um novo Censo serão comunicados ao longo deste ano, em particular, a partir de decisões tomadas na Junta de Execução Orçamentária”, completou o secretário.
Ainda segundo Waldery, a fase preparatória para um novo Censo nos próximos anos será comunicada “sempre atentando para as orientações que, do ponto de vista da saúde, vierem determinadas pelo Ministério da Saúde”. Sem a atualização da pesquisa Censo, os recursos repassados para estados e municípios na área da saúde podem não atender toda a população daquele novo ano.
O Orçamento de 2021 foi sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (23), com o veto de R$ 19,8 bilhões em dotações orçamentárias. Ao mesmo tempo, o governo editou ainda um decreto com bloqueio adicional de mais R$ 9 bilhões do Orçamento.
Resposta do IBGE
Em nota, o IBGE afirma que a Lei Orçamentária de 2021 foi sancionada sem a recomposição do orçamento original de R$ 2 bilhões para o Censo Demográfico 2021, portanto, não traz recursos para a realização da pesquisa, que será adiada.
“O IBGE retomará as tratativas com o Ministério da Economia para planejamento e promover a realização do Censo em 2022, de acordo com cronograma a ser definido em conjunto com o ME”.
Com relação ao processo seletivo dos censitários – Agente Censitário Municipal (ACM), Agente Censitário Supervisor (ACS) e Recenseador – o IBGE diz que anunciará as orientações assim que for possível.