Estrangeiro volta se houver responsabilidade fiscal, diz presidente da B3
Para Gilson Finkelsztain, é preciso haver previsibilidade nas contas públicas e garantia de respeito ao teto dos gastos
O ingresso dos investidores estrangeiros na bolsa é importante e complementar, mas é preciso que haja previsibilidade de responsabilidade fiscal e de que o país irá respeitar o teto dos gastos para que sua volta realmente ocorra, disse o presidente da B3 (B3S3), Gilson Finkelsztain, durante o Congresso Anual da Anbima e B3, que acontece este ano virtualmente.
Ele destaca a importância dos estrangeiros mesmo que os investidores locais tenham sido capazes de sustentar várias ofertas de ações este ano.
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Como funciona o teto de gastos e por que ele voltou a gerar polêmica
“Ele volta quando percebe que o ciclo será longo. Embora tenha sido relevante a participação do investidor local, eles são importantes. Mas o estrangeiro volta quando tivermos previsão de que vamos manter responsabilidade fiscal e avançar com agenda de teto de gastos. Espero que tenhamos tais perspectivas”, disse.
Finkelsztain comentou ainda que o movimento crescente de ingresso das pessoas físicas na bolsa é estrutural e que veio para ficar. “Não somos mais a república da renda fixa. Desde que não voltemos à experiência do passado, se conseguirmos preservar taxa de juro real bem mais abaixo do patamar dos últimos 15 anos”, afirmou.
Segundo ele, a Selic a 2% foi um catalizador, mas não foi o único. “Há uma nova geração de investidores que investe mais cedo e não viveu crises econômicas que traumatizaram investidores, ao longo dos anos 80 principalmente, e portanto, tem mais apetite de risco. Temos mudança grande na distribuição, com as plataformas democratizando o acesso aos investimentos”, disse ainda.
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