Fim do veto chinês à carne do Brasil: entenda o impasse dos últimos 3 meses
Paralisação se estendia desde 4 de setembro, quando o Ministério da Agricultura interrompeu os envios, após identificar dois casos de "vaca louca"
O Ministério da Agricultura confirmou nesta quarta-feira (15) o fim do embargo da carne bovina brasileira pela China.
Ainda não há detalhes sobre a decisão do governo chinês, mas a pasta garantiu que as exportações ao país asiático — principal mercado da carne brasileira –, voltaram ao normal.
A paralisação se estendia desde 4 de setembro, quando o Ministério da Agricultura interrompeu os envios, seguindo protocolos sanitários, após identificar dois casos de “vaca louca” no país.
Mesmo com a comprovação pelo governo brasileiro de que a situação estava normalizada pouco tempo depois, a China não liberou a entrada da proteína no país. Desde então, governo vem negociando a liberação das exportações.
Analistas ouvidos pela CNN relacionam a demora na liberação ao “poder de barganha” da China, interessada em controlar os preços.
Segundo secretários ouvidos pela CNN nesta manhã, em frente ao prédio do Ministério, as negociações foram “totalmente técnicas”, já que a China possui protocolos sanitários diferentes dos brasileiros.
Segundo eles, ainda, do ponto de vista financeiro, não há grandes prejuízos aos produtores locais com esses quase quatro meses de interrupção das exportações. Vale ressaltar que os embarques para o país asiático correspondem em valores a metade do que o Brasil exporta da proteína ao mundo.
Os secretários disseram ainda que, durante os últimos meses, o mercado interno consumiu bastante carne, assim como o governo americano, para o qual as exportações brasileiras da proteína subiram quase 200%. Isso apesar de a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) dizer que as exportações de carne bovina brasileira recuaram 43% em outubro.
Fontes ouvidas pelo analista da CNN Gustavo Uribe dizem ainda que o grande motivo que leva a China a retomar as negociações com o Brasil agora está ligado ao Ano Novo Chinês, em fevereiro. No evento, é consumida uma grande quantidade de carne bovina.
Para o ministério, a notícia “confirma a qualidade da carne brasileira”, e traz alívio aos produtores, cujas mercadorias serão agora autenticadas e certificadas para serem embarcadas para a China.
*Publicado por Ligia Tuon