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    Fila do IPO: construtora mineira BRZ pede registro para oferta de ações

    Com ela, agora 15 das 36 empresas do país à espera de autorização para listagem na bolsa são ligados à construção civil

    Aluisio Alves, da Reuters

    A construtora mineira BRZ, focada no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), ampliando a fila no setor em busca de recursos no mercado para financiar projetos de expansão.

    A companhia, que concentra operações em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, contratou Bank of America, UBS, XP e Caixa Econômica Federal para coordenar a operação, que servirá tanto para acionistas venderem participação no negócio quanto para injetar recursos na própria BRZ.

    Ávida Participações, JME Participações e Eduarda de Campos Tolentino, cada um detentor de um terço do capital da companhia, serão os acionistas vendedores na oferta secundária.

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    A empresa afirmou que pretende usar o dinheiro da venda de ações novas para investir em novos projetos, antecipar permutas com donos de terrenos, reduzir o endividamento, investir em tecnologia e reforçar a liquidez.

    De acordo com informações do prospecto preliminar da oferta, a BRZ teve receita líquida de R$ 262,1 milhões no primeiro semestre, alta de 20% ante mesma etapa do ano passado. O Ebitda ajustado cresceu 150% no mesmo período, para R$ 58,4 milhões.

    Com ela, agora 15 das 36 empresas do país à espera de autorização para listagem na bolsa são ligados à construção civil, movimento que se intensificou nas últimas semanas, mesmo diante da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19.

    O movimento remete a 2007, quando cerca de duas dezenas de empresas do setor imobiliário estrearam na bolsa paulista, quase um terço do total de novas listagens daquele ano no mercado de capitais doméstico.

    Desta vez, no entanto, as construtoras têm como pano de fundo o juro básico da economia na mínima histórica de 2%, com o Banco Central tentando combater os efeitos recessivos da pandemia. Muitos economistas avaliam que a Selic deve ficar em níveis muito baixos por alguns anos, o que pode dar grande impulso a empréstimos de longo prazo.

    A Abecip afirmou em julho que o crédito destinado à compra e construção de imóveis avançou 28,6% no primeiro semestre, para 43,35 bilhões de reais, com a entidade afirmando que o impacto da crise sobre o setor foi reduzido.

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