Falta de chips impacta na produção de carros e só deve se resolver no fim do ano
Automóveis novos possuem dezenas de semicondutores, mas oferta deles está limitada devido à demanda na pandemia
Necessários para fazer ligações, mandar mensagens e dirigir, os chips estão espalhados em um carro aos milhares. Até a suspensão tem chips conectados para ajustar o nível no painel do carro. O problema é que esses chips se tornaram uma dor de cabeça porque estão em falta no mercado global, causando uma crise no setor automotivo.
“Absolutamente tudo dentro da central multimídia está sendo feito através de microprocessadores: controlar o ar condicionado, o som, um mapa de navegação, regulagens, visão da câmera de ré… tudo é muito tecnológico, faz parte de conexões, que são feitas através de microprocessadores”, explica o assessor técnico do Grupo Stellantis Ricardo Disler.
“No caso do automotivo, o Brasil parou um pouco mais do que os outros países. A nossa produção já começou a declinar no ano passado e agora voltou para o final da fila. Então você tinha todo mundo pedindo, todos com os pedidos para receber os semicondutores para produção e aí quando você dá uma paralisação, aqueles que voltaram primeiro estão recebendo primeiro”, diz o consultor do setor automotivo Paulo Garbossa à CNN.
E a crise parece longe de acabar: especialistas veem a produção e as vendas voltarem ao patamar pré-pandemia somente no fim deste ano. Enquanto isso, as montadoras vão fabricando e vendendo menos. “Eu acredito que a partir de setembro as coisas estarão mais ou menos normalizadas e, até o fim do ano, vamos voltar ao nível normal de produção”, projeta Garbossa.