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    Ex-CEO da Americanas diz que descobriu rombo nos 9 dias em que chefiou a empresa

    Sergio Rial, que renunciou ao cargo após divulgar erro bilionário nos balanços, fez uma publicação no LinkedIn para comentar sua rápida passagem pela varejista

    Juliana Eliasda CNN , em São Paulo

    O ex-presidente da Americanas, Sergio Rial, que comandou a rede por apenas nove dias, até a divulgação de um rombo bilionário em seus balanços, fez um comentário sobre sua meteórica passagem pela empresa em uma postagem em seu LinkedIn nesta terça-feira (17).

    O executivo conta que chegou à descoberta dos erros contábeis depois de conversas com diretores da empresa em sua chegada – numa sutil resposta às especulações de que já sabia do problema ou de que havia sido chamado para corrigi-lo.

    “Coube-me, como executivo-líder, primeiro entrevistar executivos remanescente, questionar e entender quaisquer preocupações e novas perspectivas”, escreveu.

    “Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade! Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha biografia.”

    Rial deixou a presidência do banco Santander, que chefiava há sete anos, para assumir a Americanas em 2 de janeiro deste ano.

    No dia 11 anunciou sua renúncia, no mesmo comunicado divulgado ao mercado, assinado por ele, informando da descoberta de um erro de lançamentos nos balanços da empresa, por anos, da ordem de R$ 20 bilhões.

    O diretor financeiro, Andre Covre, que entrou na empresa no mesmo dia que Rial, também assina e anuncia sua renúncia no mesmo comunicado.

    Rial também afirmou que entendeu o momento como “uma necessidade premente de correção de rota” e disse que decidiu por sua saída por conta “do entendimento da necessidade de abrir espaço para que a empresa pudesse se reestruturar de um ponto de partida totalmente distinto do que eu esperava encontrar”.

    Procurada, a Americanas disse que não vai comentar.

    Leia a seguir o texto completo:

    Tenho feito várias reflexões sobre a minha rápida passagem pela liderança das Americanas, algumas das quais compartilho com vocês.

    A liderança das Americanas, projetava diversos desafios inerentes a uma empresa de varejo chegando aos seus 100 anos. Na pauta de objetivos estava um projeto de crescimento onde consumidor, tecnologia, marketing, entre outras competências se entrelaçavam. Foi esse o meu propósito, a minha motivação ao aceitar a posição que os acionistas me confiaram: agregar minha experiência profissional e reoxigenar o legado em prol do desenvolvimento da companhia.

    Nesses breves nove dias como presidente, os desafios e os ensinamentos, contudo, foram outros, mas extremamente importantes.

    Coube-me, como executivo-líder, primeiro entrevistar executivos remanescente, questionar e entender quaisquer preocupações e novas perspectivas. Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade! Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha biografia.

    Portanto, com a conclusão do diagnóstico inicial, surgiu a necessidade premente de correção de rota. E essa correção partiu da transparência e do apoio incondicional que recebi do CA e dos acionistas de referência. Aqui, minha segunda reflexão: ser líder não é ser corajoso, mas ser responsável e ético; não é ser herói ou heroína, mas ter a resiliência para defender a verdade e fazer o que é certo.

    Quanto à minha saída, ela decorre do entendimento da necessidade de abrir espaço para que a empresa pudesse se reestruturar de um ponto de partida totalmente distinto do que eu esperava encontrar. É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo contexto que se apresenta. Foi o que fiz, sem me descomprometer em ajudar no que estivesse ao meu alcance. Essa é a minha terceira reflexão. Vou, portanto, neste momento, continuar a contribuir com minhas capacitações, experiência, seriedade e transparência, seguindo sempre as premissas que nortearam toda minha trajetória profissional e pessoal.

    São lições profundas de governança, autenticidade e coerência que esses nove dias escreveram na minha história.

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