Entenda o plano do governo para evitar a falta de energia
Governo Federal aposta em medidas como o uso de termelétricas, amenizar consumo em horário de pico, alterar uso de hidrovias e manter nível das hidrelétricas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta semana que o Brasil vive uma das piores crises hídricas da história. O índice de chuvas no país é o menor em 91 anos, segundo o Sistema Interligado Nacional (Sin), responsável pela produção e transmissão de energia elétrica no país.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, negou que há chance de racionamento de energia no país, mas prevê uma série de medidas para evitar apagões, entre as quais acionar o uso de termelétricas para aumentar a capacidade energética e escalonar o uso de energia pelas empresas.
Isso porque alguns dos principais reservatórios do país estão com capacidade reduzida, o que gera preocupação pela aproximação da época de seca e a diminuição das chuvas, aponta Fernando Nakagawa, diretor do CNN Business.
O conjunto de reservatórios do Centro-Sul do país tem atualmente 31,9% da sua capacidade de água. O reservatório de Furnas, em Minas Gerais, está com a sua capacidade em 36,8%, segundo dados do sistema.
Reservatórios da região do Rio Grande, entre os estados de São Paulo e Minas Gerais têm capacidades ainda mais reduzidas.
O reservatório da usina de Água Vermelha, localizado entre Ouroeste (SP) e Iturama (MG), está com 8% de capacidade e o da usina de Marimbondo, entre as cidades de Icém (SP) e Fronteira (MG), com apenas 7%, segundo dados do Sin.
“Estes são patamares considerados baixos, visto que em breve começa o período de seca no país e as chuvas devem voltar em setembro e outubro. Portanto, esses números vão começar a cair gradualmente ao longo dos próximos meses”, analisa Nakagawa.
Para evitar piores consequências, o governo “tem algumas cartas na mesa”, explica o diretor do CNN Business. Que são:
Preservar a capacidade das hidrelétricas
Entre as medidas do Ministério de Minas e Energia para conter possíveis apagões ou racionamento de energia, uma delas é tentar manter a capacidade de água dos reservatórios em níveis que possam continuar gerando energia quando for necessário.
Alterar uso de algumas hidrovias
O uso da hidrovia Tietê Paraná deve ser restrito nas próximas semanas para economizar energia.
A hidrovia composta pelos rios Tietê e Paraná integra um sistema de transporte hidroviário interligado às malhas rodoviária e ferroviária entre os Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
Acionar usinas termelétricas
O Governo Federal pode acionar as usinas termelétricas que funcionam à gás ou a diesel em caso de reservatórios hidrelétricos estiverem muito baixos.
Tentar amenizar o consumo no horário de pico
O Governo Federal estuda solicitar empresas a alternar horário de funcionários, sobretudo no fim da tarde, quando há demanda maior de energia pela chegada de grande parte das pessoas em suas casas e, com isso, o aumento do uso de ar-condicionado, chuveiros elétricos, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
(Publicado por Camila Neumam)