Empresários relatam a Guedes que pior já passou, mas situação segue muito ruim
Em reunião fechada à imprensa, representantes da Coalizão Industrial relataram ao titular da Economia que as vendas começaram a se recuperar
Um grupo de empresários disse nesta sexta-feira (26) ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que o pior da crise do coronavírus já passou, mas que a situação continua muito ruim.
Em reunião fechada à imprensa, representantes da Coalizão Industrial relataram ao titular da Economia que as vendas começaram a se recuperar depois de atingir o fundo do poço em abril, mas que a maior parte dos setores ainda trabalha com ociosidade altíssima.
Foram citados no encontro os exemplos dos setores de aço, cuja produção equivale a apenas 60% da capacidade instalada, e os fabricantes de calçados, que produzem hoje menos de 30% do que poderiam.
Leia também:
Lojas de shoppings de São Paulo têm queda de até 90% após reabertura
Governo divulga calendário de pagamento da 3ª parcela de R$ 600 do auxílio
Para minimizar o problema, os setores solicitaram ao ministro a retomada do Reintegra, regime especial de tributação que devolve impostos para empresas exportadoras. Hoje a alíquota é apenas simbólica, de 0,1%, e o pleito é elevar para 3% do valor do produto exportado.
Pelas contas do setor privado, uma taxa de 3% no Reintegra significaria um gasto adicional de US$ 2,5 bilhões por ano para a União, o equivalente a cerca de R$ 13,5 bilhões. Segundo pessoas que participaram do encontro, o ministro disse que o pedido era justo e que iria avaliar.
Na reunião, Guedes ainda ouviu muitas queixas de que a Receita Federal não estaria dando a devida atenção ao assunto, e também reclamações contra a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Os empresários estão preocupados com a revisão das regras do antidumping, que devem dificultar a adoção de medidas de defesa comercial, e também com o avanço das negociações de livre comércio entre Mercosul e Coreia do Sul, que representariam mais concorrência.