Embraer e FAB assinam acordo para desenvolver drone militar
Memorando de entendimento vai determinar os requisitos operacionais e logísticos da FAB sobre o uso de aeronaves não tripuladas avançadas
A Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciaram, nesta sexta-feira (23), a assinatura de um memorando de entendimento para viabilizar os estudos e o desenvolvimento de um veículo aéreo não tripulado avançado.
Em comunicado, a Embraer diz que o acordo servirá para determinar os elementos operacionais e logísticos relacionados a esse tipo de aeronave, de acordo com os requisitos da FAB. Contudo, nenhuma das partes informou detalhes sobre os propósitos pretendidos para o novo veículo.
“É uma oportunidade ímpar para a Força Aérea Brasileira aprofundar seus estudos em tecnologias disruptivas que possam causar desequilíbrio no cenário atual e futuro”, comentou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior.
“Na guerra moderna é imprescindível a utilização de plataformas aéreas não-tripuladas, operando isoladamente ou em conjunto com aeronaves tripuladas. Tal tecnologia permite reduzir custos e riscos, sem perder a eficácia no cumprimento das missões atribuídas à Aeronáutica.”
A FAB já conta com aeronaves não tripuladas na frota há mais de uma década. Os aparelhos em serviço no Brasil são empregados em missões de vigilância, reconhecimento e retransmissão de comunicações. O drone mais avançado disponível no país é o Elbit Hermes 900, importado de Israel. A força também conta com o Elbit Hermes 450 e o IAI Heron, ambos de origem israelense.
“Este estudo é de fundamental importância para a manutenção e a expansão das competências da Embraer no desenvolvimento de sistemas aéreos de defesa com alto teor tecnológico e grande complexidade de integração”, disse Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
“É ainda uma oportunidade para o contínuo desenvolvimento de novas tecnologias e produtos para a FAB e o Ministério da Defesa, visando a ampliação da capacidade operacional e a garantia da soberania nacional. Um grande desafio para este sistema aéreo certamente será a sua integração e a operação de forma conjunta com outros sistemas e aeronaves, tripulados ou não-tripulados.”
Um vídeo teaser divulgado pela Embraer mostra uma aeronave com motor a jato e design que remete ao de aviões de combate furtivos, capazes de escapar da detecção de radares. Países como Estados Unidos, China e Turquia fabricam drones com essas características. Em comum, todos eles têm capacidade de empregar armamentos e realizar ataques de precisão.
Está é a segunda vez que a Embraer aventa a possibilidade de construir drones de uso militar. Em 2011, a fabricante formou a joint venture Harpia Sistemas, em parceria com a AEL Sistemas e a Avibras. O objetivo era desenvolver o projeto Falcão, um drone de vigilância aérea. No entanto, devido ao corte de verbas do governo brasileiro, a associação entre as empresas foi desfeita.
A Embraer e a FAB trabalham juntas atualmente no programa da aeronave multimissão KC-390 Millennium e num estudo sobre um novo avião de transporte com motorização híbrida-elétrica, o STOUT (Short Take Off Utility Transport/Transporte Utilitário de Decolagem Curta).