Em conversa com China, governo obtém sinalização para retomada das exportações de carne
Videoconferência entre Ministério da Agricultura e Administração Geral de Aduanas da China serviu para esclarecer caso de mal da vaca louca
O Ministério da Agricultura acredita na retomada das exportações de carne bovina à China ainda em março, caso se confirme que o caso de mal da vaca louca registrado no Pará é realmente atípico.
Uma amostra foi enviada para laboratório no Canadá e o resultado deve sair nesta quinta (2) ou sexta-feira (3). A expectativa do governo brasileiro é que seja um caso atípico — quando ocorre de maneira orgânica em um animal mais velho e não há risco de contaminação do rebanho.
Na segunda-feira (27) à noite, houve uma videoconferência entre o Ministério da Agricultura e a cúpula da Administração Geral de Aduanas da China (GACC). A reunião foi conduzida pelo secretário de relações internacionais da pasta, Roberto Perosa, homem de confiança do ministro Carlos Fávaro.
De acordo com relatos feitos à CNN, foi uma conversa “bem aprofundada” e “muito positiva”, na qual os chineses cumprimentaram o governo brasileiro pela transparência na condução do caso.
Tudo dependerá do resultado do exame. Mas, se houver a comprovação de que foi mesmo um episódio atípico, a sinalização é de retomada das exportações em curto prazo.
O protocolo Brasil-China para a doença da vaca louca determina a suspensão preventiva das vendas de carne bovina ao país asiático quando um caso é diagnóstico. Por isso, elas foram interrompidas já na semana passada. A medida só foi válida para o mercado chinês, mas que é justamente o principal destino dos embarques do produto.
De acordo com fontes do governo brasileiro, caso o resultado do laboratório canadense venha conforme o imaginado, a liberação para retomada das exportações deverá ocorrer ainda em março.
O prazo máximo com que o Ministério da Agricultura trabalha para essa liberação é a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim, no dia 28 deste mês, mas “o objetivo é resolver antes disso”, conforme ressalta uma fonte do governo.