Dólar tem quarta semana seguida de valorização; Ibovespa acumula 4ª de queda
No radar dos investidores ficaram as altas das commodities, Copom, falas de Jerome Powell, IPCA-15 e recessão global
O dólar fechou esta sexta-feira (24) em sua quarta semana seguida de valorização, com alta de 2,06%. Enquanto o Ibovespa acumulou a 4ª semana de queda, com recuo de aproximadamente 1%.
No primeiro dia da semana, a moeda norte-americana fechou com valorização de 0,81%, apesar de uma leve recuperação de moedas estrangerias em relação à norte-americana. Entretanto, os investidores ficaram avessos a riscos, e fatores internos prejudicaram o mercado doméstico.
Já na terça-feira (21), o dólar caiu 0,67%, com investidores repercutindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Ao mesmo tempo, o real foi prejudicado pelo risco fiscal no Brasil, com aumento de gastos e possível desrespeito ao teto de gastos, além de temores de uma intervenção na política de preços da estatal após um novo reajuste nos combustíveis, o que seria mal visto pelo mercado.
No meio da semana, com o cenário doméstico no Brasil e temores sobre uma recessão global prejudicando o real, o dólar teve alta de 0,50%. No radar dos investidores também esteve a participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em uma audiência no Congresso dos Estados Unidos.
O presidente do Fed não deu mais pistas sobre os próximos passos do ciclo de alta de juros no país, inclusive o quão agressiva a autarquia pretende ser, com a incerteza abrindo espaço para uma redução na aversão a riscos dos investidores e prejudicando o dólar.
Na última reunião, o Fed elevou os juros em 0,75 ponto percentual, a maior elevação desde 1994.
Na quinta-feira (23), o dólar fechou em alta de 0,97%, amparado pelo fortalecimento da divisa no exterior conforme a perspectiva de uma política monetária apertada nos Estados Unidos alimentava temores de recessão. Esse foi o maior valor desde 11 de fevereiro deste ano (R$ 5,242).
E, nesta sexta-feira (24), a moeda norte-americana encerrou em alta de 0,43%, apesar da fraqueza da moeda no exterior, enquanto o mercado digeriu o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de junho, considerada a prévia da inflação oficial do Brasil.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA–15) registrou em junho alta de 0,69%, ante 0,59% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O dado ficou acima do esperado sob o peso do reajuste dos planos de saúde, com a taxa acumulada em 12 meses permanecendo acima de 12%.
Ibovespa
O Ibovespa começou a semana com leve alta de 0,03%, rondando estabilidade ao longo do dia. O índice foi impactado pelo desempenho dos papéis de bancos e da Petrobras, com leve recuperação após a indicação de Fernando Borges como presidente interino.
Já na terça-feira (21), o principal índice da B3 teve queda de 0,17%, apesar da alta nas ações de commodities após o minério de ferro fechar com valorização na China e o petróleo operar em alta. O índice encerrou no patamar mais baixo desde 4 de novembro de 2020 (97.867 pontos).
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No dia seguinte, em uma sessão marcada pela volatilidade, o índice encerrou em queda de 0,16%, prejudicado pela queda em bloco de ações ligadas a commodities, que refletiram os fortes recuos do minério de ferro, que fechou em baixa na China.
Já na quinta-feira (23), o Ibovespa encerrou em queda de 1,45%. No radar de investidores, estava o risco crescente de uma recessão nas principais economias do mundo, assim como o cenário fiscal brasileiro. Esse foi o menor patamar desde 3 de novembro de 2020 (95.980 pontos), ou em 19 meses.
Por sua vez, nesta sexta-feira (24), o principal índice da B3 subiu 0,60%, beneficiado pela recuperação de ações de commodities após fortes perdas na semana.