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    Dólar sobe 0,6% e fecha em R$ 5,90 pela primeira vez na história

    Incertezas políticas internas e sinalização do Fed de que não deve voltar a baixar juros dos EUA afetaram negociações do dia

    Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    Após ensaiar uma queda no início da manhã, o dólar inverteu a tendência, passou a subir e encerrou esta quarta-feira (13) em alta de 0,61%, cotado a R$ 5,901 na venda. Durante o dia, a moeda chegou a bater os R$ 5,94 pela primeira vez na história.

    Esta foi a primeira vez que o dólar fechou cotado acima da marca dos R$ 5,90, o que também renovou mais uma vez seu recorde nominal, batido na véspera. Na terça-feira (12), o dólar havia subido a R$ 5,86.

    A moeda mudou a direção da tendência na sessão de hoje após a fala, no fim da manhã, de Jerome Powell, preside do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano. Powell afirmou que a economia do país deve enfrentar um “período prolongado” de crescimento fraco e prometeu usar mais o poder do Fed conforme necessário, além de fazer um pedido para mais gastos fiscais.

    Por outro lado, o chairman afastou a possibilidade de novos cortes na taxa de juros do país, que está atualmente em zero. As taxas de juros negativas, disse ele, “não são algo que estamos considerando”.

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    “Tinha uma expectativa do mercado de que Powell poderia sinalizar juros negativos nos EUA depois que o (presidente norte-americano) Donald Trump renovou as pressões acerca do assunto ontem”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho. “A fala de Powell frustrou os investidores e fez com que os mercados virassem.”

    “Aqui, o movimento é um pouco mais pronunciado por estarmos num ambiente político bastante turbulento”, completou, citando apreensão sobre a divulgação de vídeo de reunião ministerial que poderia comprometer o presidente Jair Bolsonaro.

    No cenário doméstico, é consenso entre os investidores que o ruído na comunicação entre os poderes em Brasília e a disputa entre o presidente Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro podem afetar diretamente a evolução da economia nacional.

    Na véspera, o mercado já reagiu às notícias sobre o conteúdo de vídeo de reunião ministerial durante a qual, segundo Moro, o presidente Bolsonaro teria dito que, se não pudesse trocar o superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio, trocaria o diretor-geral da corporação e o próprio ministro da Justiça.

    *Com Reuters