Dinheiro digital de BCs abre caminho a novas empresas de pagamentos, diz BIS
Grandes bancos centrais do mundo ampliaram esforços para desenvolver suas próprias moedas digitais, para modernizarem seus sistemas financeiros
Moedas digitais emitidas por bancos centrais podem disparar o surgimento de uma série de novas empresas de pagamentos e chacoalhar o setor, afirmou o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (31).
Grandes bancos centrais do mundo ampliaram esforços para desenvolver suas próprias moedas digitais, conhecidas como CBDCs, para modernizarem seus sistemas financeiros e evitarem a ameaça gerada por criptomoedas e para acelerar pagamentos domésticos e internacionais.
A maior parte dos esforços ainda está na prancheta e o Banco da Inglaterra é um dos que têm pedido colaboração com o setor privado. Os planos do banco central da China para lançamento de um iuan digital são os mais avançados.
“Um objetivo é criar uma infraestrutura que permita mais competição, o que pode significar mais fornecedores de meios de pagamento”, disse o diretor-geral do BIS, Agustín Carstens, em discurso na Basileia.
“O resultado disso é que uma enxurrada de novas empresas poderá gerar uma disrupção nos mercados”, acrescentou.
A perspectiva de bilhões de pessoas no mundo usando a moeda do Facebook, diem, anteriormente conhecida como libra, tem assustado bancos centrais sobre o potencial risco à estabilidade financeira e sobre o controle deles da política monetária.
A diem é também conhecida como sendo uma “stablecoin”, um tipo de criptomoeda criada para evitar volatilidade típica de dinheiro eletrônico como o bitcoin e por isso é considerado como mais prático para pagamentos e comércio.
Serviços de pagamentos de grandes empresas de tecnologia, embora convenientes para os usuários, podem rapidamente dominar e achatar a competição bem como prejudicar a proteção de dados dos usuários, afirmou Carstens.
“Estas iniciativas arriscam minar os benefícios que a competição pode trazer para os serviços financeiros”, afirmou. “Os riscos podem ser especialmente grandes no caso de stablecoins apoiadas por grandes empresas de tecnologia.