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    Coronavírus já eliminou quase 9 milhões de empregos, aponta pesquisador

    Os números foram calculados pelo economista Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com exclusividade para o CNN Brasil Business

    Homem folheia carteira de trabalho: A taxa de desemprego saltou de 12,8% em março para 13,1% em abril, segundo pesquisador do Ipea
    Homem folheia carteira de trabalho: A taxa de desemprego saltou de 12,8% em março para 13,1% em abril, segundo pesquisador do Ipea Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

    Marcelo Sakate, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Quase 9 milhões de empregos perdidos em dois meses. Esse é o saldo negativo de vagas formais e informais na economia brasileira em março e abril em decorrência dos efeitos da crise do novo coronavírus. 

    Os números foram calculados pelo economista Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com exclusividade para o CNN Brasil Business. O pesquisador utilizou dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de abril, divulgada na quinta-feira pelo IBGE. 

    Com tamanha queda na população ocupada, a taxa de desemprego saltou de 12,8% em março para 13,1% em abril. É uma taxa mais elevada do que a oficialmente divulgada pelo IBGE, que ficou em 12,6%.

    Em abril, a população ocupada teve uma queda de 5,4 milhões de trabalhadores, passando de 89,9 milhões para 84,5 milhões de pessoas. Em março, o mercado já havia perdido 3,5 milhões de empregos. O que dá um total de 8,9 milhões de trabalhadores a menos. Trata-se do menor nível da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

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    O recorde negativo anterior havia sido registrado em 2017, na saída da longa recessão de 2015 e 2016, quando a população ocupada caiu para o patamar de 88,4 milhões de trabalhadores, ainda segundo o pesquisador.

    Hecksher calculou os dados de evolução do emprego e do desemprego de forma desagregada, mês a mês, com o objetivo de estimar de maneira mais precisa os efeitos da pandemia do coronavírus sobre o mercado de trabalho.

    O IBGE, por sua vez, divulga os dados de população ocupada e dos desempregados considerando um período cheio de três meses. A metodologia, portanto, só permite monitorar a evolução nos chamados trimestres móveis. 

    Segundo o IBGE, a queda da população ocupada teria sido a metade do que foi realmente verificado: cerca de 4,5 milhões de pessoas a menos na passagem do trimestre encerrado em fevereiro para o trimestre até abril. A razão para a diferença tão grande é que o dado do IBGE acaba incluindo o mês de fevereiro, anterior ao início da pandemia.

    “A taxa de desemprego só não cresceu mais porque milhões de trabalhadores que perderam o emprego passaram direto para o contingente fora da força de trabalho”, afirma Hecksher. É uma característica da gravidade da crise atual: a desistência para procurar um novo emprego por causa da quarentena e da percepção de que será muito difícil encontrar uma nova ocupação. 

    A população fora da força de trabalho subiu de 70,2 milhões de pessoas para 76,8 milhões de março para abril, segundo os cálculos do pesquisador.

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