Conta de luz pode subir 8% em julho com decisão da Aneel
Com peso de 4,5% no cálculo do IPCA, o aumento da tarifa pode levar o índice do próximo mês a uma alta de 0,7%, acima dos 0,4% previamente esperado
A decisão de ajustar em 52% a tarifa do patamar dois da bandeira vermelha poderá levar a uma alta média de 8,12% da conta de luz em julho, segundo cálculos do economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas. Com peso de 4,5% no cálculo do IPCA, o aumento da tarifa pode levar o índice do próximo mês a uma alta de 0,7%, acima dos 0,4% previamente esperado pelo economista da FGV.
Com a crise hídrica e o risco de abastecimento de energia no país, especialistas preveem manutenção do patamar mais alto da bandeira vermelha por, pelo menos, mais cinco meses. Isso causaria alta ainda maior na inflação.
André Braz ressalva que o regime de bandeiras tarifárias tem caráter temporário e com fator imponderável como o volume de chuvas nos próximos meses. Um cenário que pode se alterar se a Aneel elevar mais a tarifa extra ou retirar a cobrança adicional antes do fim do ano.
Com anúncio feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica na manhã desta terça-feira, já é possível estimar que o IPCA chegue a 7% ao final do ano.
A decisão da agência reguladora foi justificada pelo encarecimento do custo de geração de energia no país. O acionamento de toda a capacidade de produção das usinas termelétricas fez disparar o custo das distribuidoras, já causando rombo no caixa das companhias.
O ajuste da bandeira tarifária vermelha 2 vai cobrir, em parte, a defasagem entre o que as distribuidoras recebem dos consumidores e pagam pela energia das térmicas. Pelos cálculos da área técnica da Aneel, a tarifa teria que ter sido reajustada em 86%, de R$ 6,24 para algo entre R$ 11,50 e R$ 12. Os diretores da agência reguladora optaram por agir com mais cautela ponderando a crise hídrica e o impacto no orçamento das famílias.