Confira as ações mais indicadas para investir em junho, segundo corretoras
Enquanto Petrobras e Vale continuam entre as mais votadas, as ações da Ambev e Lojas Renner entraram na ‘disputa’ e estão entre os papéis sugeridos para o mês
Enquanto Petrobras e Vale continuam entre as mais votadas, as ações da Ambev, Lojas Renner e Bradesco entraram na ‘disputa’ como forte candidatas e estão entre os papéis recomendados pelas gestoras para se investir no mês de junho. É o que aponta o levantamento realizado a pedido do CNN Brasil Business, a sete gestoras do país – Santander, Rico, Toro Investimentos, Guide, Genial investimentos, Easynvest e Warren.
Para elaborar a carteira, o CNN Brasil Business recebeu recomendações de ações e avaliação dos principais setores que os investidores devem ficar de olho neste mês. Cada uma delas sugeriu 10 ações, com peso respectivo de 10%, e analisou cinco setores da economia. As ações que receberam duas recomendações, ou mais, entraram ou se mantiveram na lista. No caso dos papéis que receberam apenas duas recomendações, o critério de desempate para entrar na carteira foi se ela já estava no mês anterior. A mesma metodologia se deu para os setores.
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No mês de junho, os destaques ficaram para Ambev e Lojas Renner, que não estavam na carteira do mês de maio. Ambas empresas receberam três recomendações, tendo como pontos fortes a solidez das companhias e possibilidade de expansão dos canais online. Já o Bradesco, que havia sido sugerido por duas gestoras em maio, se fortaleceu e, para este mês, ganhou mais uma recomendação.
Enquanto isso, a Localiza perdeu espaço para os papéis citados acima e deixou o ranking das ações sugeridas pelas corretoras. Para este mês, as ações da empresa contaram com apenas uma recomendação.
Petrobras e Vale permanecem no topo da lista como as queridinhas dos gestores – as duas companhias foram citadas por quatro corretoras. Não à toa, a Vale se destacou entre as empresas com maior valorização de mercado no mês passado, e obteve o maior crescimento nominal, com R$ 41,7 bilhões. Na sequência, está a Petrobras, com R$ 29 bilhões, e Magazine Luiza, com R$ 23,7 bilhões, segundo levantamento realizado pela Economatica.
Desempenho do mercado
Se por um lado a crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus ainda não deu sinais de quando chegará ao fim, no mercado financeiro, o sinal é de recuperação. Após o final do primeiro trimestre ter sido um dos mais conturbados da história, o segundo trimestre, marcado pelos meses de abril e maio, os registros do Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, foram positivos.
Seguindo a tendência do mês de abril, que registrou o melhor desempenho para o mês desde 2009, maio mostrou aos investidores que o estigma de “período sombrio” pode ter ficado para trás. Segundo a B3, o Ibovespa registrou o melhor mês de maio desde 2009, emplacando uma alta de 8,57% – e o segundo melhor resultado desde 1997.
Dados da Economática mostram que maio também foi marcado pelo crescimento de valor de mercado das empresas de capital aberto. Segundo a instituição, juntas, as companhias brasileiras de capital aberto tiveram aumento de mercado avaliado em R$ 231,9 bilhões.
“A melhora do humor dos investidores se deu pelo achatamento da curva de novos casos de coronavírus no exterior e uma possibilidade de retomada da economia mundial, somada a uma possibilidade de vacina, diz Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos. “Isso gerou um maior apetite ao risco, com os investidores aumentando suas posições no mercado de ações.”
Setores como varejo (puxado pelo e-commerce), financeiro, tecnologia, infraestrutura e energia permanecem no radar dos especialistas, após apresentar resiliência diante a crise causada pelo novo coronavírus. No caso do varejo, Magalu e Lojas Renner despontaram entre os especialistas como bons exemplos de papéis. Isso porque, mesmo com a queda nas vendas pelo fechamento das lojas físicas diante de medidas de isolamento social, as companhias demonstraram solidez e conseguiram fortalecer canais de e-commerce.
Já em relação ao setor financeiro, a expectativa da retomada econômica sinaliza um aumento das receitas dos bancos, por meio da concessão de crédito. Outro ponto citado pelos analistas é a estabilidade e robustez que as instituições têm. “Os bancos aumentaram bastante a provisão de recursos para inadimplência, o que gerou uma redução da lucratividade no momento. No entanto, acreditamos que a empresa possui uma gestão sólida e faz parte de um setor mais defensivo nesse momento”, explica Igor Cavaca, analista de investimentos da Warren.
O que esperar em junho
Para o mês de junho, a expectativa é que o Ibovespa mantenha a tendência de alta, porém, um pouco menos acentuada que a de maio. Entre os principais fatos que estarão no radar dos investidores, Panonko, da Toro Investimentos, cita a evolução da Covid-19 no Brasil, assim como a articulação política do governo, “que pode amenizar ou agravar uma instabilidade política já instaurada”, diz o especialista.
Além disso, no cenário internacional, investidores continuarão observando a retomada da economia nos Estados Unidos, aumento de tensão entre os protestos locais após a morte de George Floyd, e escalada do desentendimento entre EUA e China.
Confira, a seguir, o comentário sobre as ações mais recomendadas para o mês de junho:
Petrobras
Ação: PETR3
Comentário do especialista: “O barril do petróleo voltou a negociar acima de U$ 30,00 no mês de maio, a retomada da atividade econômica com a flexibilização do isolamento social devem ajudar a equilibrar a oferta e demanda da commodity. Nesse sentido, acreditamos que as ações da Petrobras têm espaço para buscar regiões de preço de R$ 25,00 no curto prazo, principalmente porque o ativo já negocia dentro de uma tendência de alta de curto prazo”, avalia diz Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos.
Vale
Ação: VALE3
Comentário do especialista: “A estabilidade dos preços de minério de ferro, mesmo com todo o cenário de paralisação da atividade econômica mundial, e a valorização do dólar ante o real, fazem com que o faturamento da companhia permaneça forte. Soma-se a isso a pretensão da China em estimular programas de infraestrutura no país, o que impacta direta e positivamente nos preços de minério de ferro e que refletirá nos números apresentados da Vale. Um ponto que merece atenção do investidor, porém, é a escalada das tensões entre EUA e China, ficamos atento ao cenário e acreditamos na alta do ativo no próximo mês”, diz Panonko, da Toro Investimentos.
Lojas Renner
Ação: LREN3
Comentário do especialista: “A partir de 14 de maio, quando fez o seu último fundo relevante em torno de R$ 31,00, o ativo vem de um forte movimento de alta rumo ao topo anterior de R$ 42,88, que se rompido, abrirá um enorme espaço de valorização para LREN3 com objetivo inicial em torno de R$ 47,27”, analisam José Falcão Castro e Hugo Carone, analistas da Easynvest.
“A nosso ver, o comprovado histórico da Renner, especialmente durante as turbulências do setor, é o que diferencia a empresa de seus pares do segmento de vestuário.Esperamos que a Renner saia ainda mais forte da atual crise Covid-19”, diz Renato Chanes, estrategista para pessoa física do Santander.
Bradesco
Ação: BBDC4
Comentário do especialista: “Os bancos aumentaram bastante a provisão de recursos para inadimplência, o que gerou uma redução da lucratividade no momento. No entanto, acreditamos que a empresa possui uma gestão sólida e faz parte de um setor mais defensivo nesse momento. Tendem a crescer com o retorno da atividade econômica e ampliar suas receitas no futuro”, diz Igor Cavaca, analista de investimento da Warren.
Ambev
Ação: ABEV3
Comentário do especialista: “Acreditamos que para a Ambev o pior já tenha passado: a empresa pode se recuperar do choque do coronavírus a partir dos investimentos feitos no canal online tanto voltados para os comércios, quanto para os clientes finais – além da maior diversidade de marcas e melhorias nos produtos. Somado a isso, a sua posição de caixa forte também a torna mais resiliente. Por isso, recomendamos compra em ABEV3”, diz Rafael Panonko, analista chefe da Toro Investimentos.
TOTVS
Ação: TOTS3
Comentário do especialista: “Seguimos com boas expectativas para a Totvs. Nos últimos períodos a empresa vem surpreendendo as expectativas do mercado com resultados sólidos, impulsionados por eficiências de opex, além do crescimento da receita recorrente, quando comparada ano a ano. A empresa também vem entrando no mercado de Fintechs através da compra da Supplier. Acreditamos que a companhia possui grandes oportunidades no segmento financeiro, em função da presença em diferentes cadeias de suprimento e setores da economia”, afirma Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.
Magazine Luiza
Ação: MGLU3
Comentário do especialista: “A Magalu apresentou uma forte queda em seu lucro líquido no último trimestre. No entanto, mostrou um forte crescimento de sua operação de e-commerce. É uma das empresas mais sólidas do setor, que apresenta constantes aumentos de eficiência. Ainda que venha a ter uma perda de receitas nesse período, apresenta boas expectativas para o futuro”, analisa Cavaca, da Warren.
Suzano
Ação: SUZB3
Comentário do especialista: “A Suzano é uma das empresas que tendem a ganhar com o cenário atual. Teve um prejuízo recorde no primeiro trimestre, decorrente de operações de hedge com contratos de derivativos. No entanto, sua geração de receita permanece sólida e tende a ganhar com o dólar nos patamares atuais. Em relação ao setor, é uma empresa com produção majoritariamente de commodities para exportação, tende a ter um aumento de receita com a retomada do mercado externo, afirma Cavaca, da Warren.
WEG
Ação: WEG3
Comentário do especialista: “Se não for o único, deve ser um dos poucos ativos que não chegou a fechar nenhum mês abaixo da MME9 mesmo com a forte queda de março. Sendo assim não devemos esperar fortes variações no ativo, porém se buscar o topo histórico já seria uma bom movimento de curto prazo”, dizem os analistas da Easynvest.
B3
Ação: B3SA3
Comentário do especialista: “A expectativa é que os números operacionais da B3 continuem com um volume mais forte neste 2020, especialmente de ações (segmento Bovespa) e futuros (segmento BM&F), diante do quadro de taxas de juros mais baixas e oportunidades dentro da renda variável. Apesar do cenário de ofertas públicas ter piorado em decorrência dos impactos do coronavírus nos mercados, esperamos ver IPOs e follow ons voltando em velocidade reduzida no segundo semestre de 2020”, afirma Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.
JBS
Ação: JBSS3
Comentário do especialista: “Apesar dos impactos do coronavírus nas economias globais, a China deve continuar importando bons volumes dos Estados Unidos e Brasil nos próximos meses para suprir a falta de proteínas internamente. Acreditamos que parte desse movimento já está no preço, mas ainda vemos espaço para altas mais moderadas. A alta diversificação em proteína e geografia poderá ser um suporte para que a companhia possa movimentar suas operações globalmente sem que sinta um impacto mais forte em termos de produção decorrente da disseminação da Covid-19″, analisa Esteter, da Guide.
Rumo Logística
Ação: RAIL3
Comentário do especialista: Em relatório enviado para clientes, a corretora Mirae Asset acredita que, a partir do segundo trimestre de 2020, a empresa terá recuperação de volumes e de margens, uma vez que é aguardada uma recuperação da economia interna e, consequentemente, o aumento no transporte e exportação de grãos.
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