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    Compra online pode ser mais prejudicial ao meio ambiente do que em loja física

    Essa é a conclusão de um novo estudo da Environmental Science & Technology, uma revista científica revisada por pares publicada pela American Chemical Society

    Parija Kavilanz, , do CNN Business, em Nova York

    Se você acha que fazer compras online é mais ecológico do que ir a uma loja, é provável que esteja errado. Pelo menos, essa é a conclusão de um novo estudo divulgado na terça-feira (7) na Environmental Science & Technology, uma revista científica revisada por pares publicada pela American Chemical Society.

    No estudo, os pesquisadores estimaram que fazer compras em lojas físicas de itens frequentemente adquiridos, como papel higiênico, xampu e pasta de dentes, geralmente resulta em menos emissão de gases de efeito estufa do que encomendar esses produtos pela internet para receber em casa.

    O principal motivo é a maneira como as pessoas compram online: muitas fazem isso com frequência – mas apenas poucos itens por vez.

    “Quando fazem compras em uma loja, as pessoas juntam tudo numa aquisição única”, observou Sadegh Shahmohammadi, doutorando em Ciências Ambientais na Universidade Radboud, na Holanda, e um dos seis pesquisadores que trabalharam no estudo durante um ano e meio.

    Compras online produzem mais resíduos de embalagens, porque os itens adquiridos tendem a vir de diferentes centros de distribuição. De acordo com Shahmohammadi, esses vários deslocamentos resultam em maiores emissões de gases de efeito estufa por item.

    A equipe pesquisou o movimento de mercadorias da fábrica até o consumidor final, dando uma atenção especial à parte da cadeia de suprimentos de varejo conhecida como “última milha” ou “last mile” da entrega: a distância entre a loja e o cliente, ou, no caso de compras virtuais, os percursos entre os centros de distribuição das mercadorias e o cliente.

    Eles analisaram a pegada de carbono da “entrega na última milha” para três tipos de canais de compras no Reino Unido: o que envolve a visita a uma loja física; o “brick & clicks” (o misto, ou seja, quando o pedido é feito online, mas a retirada do produto é feita pelo cliente numa loja ou ponto de distribuição mais perto da sua casa) e a compra online com entrega em domicílio (chamada no estudo de “pure player”).

    Foram incluídos nos três modelos estimativas de emissões de gases de efeito estufa a partir do número de produtos comprados, considerando o transporte, o armazenamento em um centro de distribuição, as atividades de entrega e a embalagem.

    A análise mostrou que o total de pegadas de gases de efeito estufa, em 81% dos casos avaliados no Reino Unido, foi maior nas compras online para entrega em domicílio do que naquelas feitas diretamente em lojas físicas. Já as compras realizadas pela internet, mas retiradas pelos próprios consumidores em pontos próximos de suas casas, foram as que se mostraram mais sustentáveis – em 63% dos casos registraram menos pegadas de gases de efeito estufa do que as compras em lojas físicas. Nos Estados Unidos, a pesquisa chegou a resultados semelhantes.

    “Esse padrão é verdadeiro nos países onde as pessoas em geral usam carros”, disse Shahmohammadi. “Isso de fato depende do país e do comportamento de seus consumidores”.

    Walmart x Amazon

    O Walmart, maior varejista do mundo, emprega os três modelos para atender seus clientes, com ofertas em site (para entregas em domicílio ou pontos determinados) e em suas mais de 4.700 lojas nos EUA.

    “Qual canal é mais eficiente em termos de emissões de carbono? Não existe uma resposta única para essa pergunta, porque a vida e os padrões de compra de nossos clientes são dinâmicos”, esquivou-se o Walmart, em um relatório de 2017 intitulado “As implicações das emissões do varejo moderno: Omnichannel versus lojas e Pure-Plays online” (no original, The Emissions Implications of Modern Retailing: Omnichannel vs. Stores and Online Pure-Plays).

    “Às vezes, clientes correm para a loja para comprar um brinquedo de última hora para uma festa de aniversário e, em outras, estocam mantimentos. Às vezes precisam de algo agora e outras vezes na próxima semana. A melhor pergunta é: quando é que cada canal é mais eficiente em termos de emissões?”

    O Walmart afirmou ter estudado extensivamente as implicações das emissões de gases de efeito estufa dos três canais de varejo e empreender constantes esforços para reduzir essas emissões. Entre as medidas adotadas está o fornecimento de tomadas para veículos elétricos em mais de 100 lojas e o alinhamento com fornecedores para reduzir as emissões de sua cadeia de suprimentos global.

    A Amazon, o maior varejista online do mundo, disse que a sustentabilidade é um compromisso contínuo da empresa. No ano passado, o CEO da Amazon, Jeff Bezos, anunciou um amplo plano para combater as mudanças climáticas, incluindo cumprir o acordo climático de Paris 10 anos antes do prazo, o que tornará a empresa neutra em carbono até 2040.

    Como parte desse acordo, a empresa revelou ter encomendado 100 mil novos veículos elétricos para usar nas entregas da última milha a partir de 2021. A Amazon espera que 10 mil deles estejam nas ruas nos próximos dois anos e todos em operação até 2030, “economizando milhões de toneladas métricas de carbono por ano”.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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