Como a economia real pode afetar os seus investimentos?
Enquanto uns enxergam a bolsa em alta como um otimismo exagerado, outros veem como oportunidade – a pergunta que fica é quando a economia real será considerada
O pior momento da atividade econômica gerado pela pandemia talvez já tenha ficado para trás no Brasil. Isso, no entanto, não significa que os problemas econômicos acabaram porque há um descompasso entre a crise de saúde pública gerada pela Covid-19 e os efeitos na economia. Números mostram que o pior já passou para a atividade econômica, mas a situação ainda pode piorar no mercado de trabalho ou no número de falências.
Mas esse cenário pessimista não está sendo tão levado pelo mercado financeiro. Ao contrário. A bolsa de valores tem registrado altas e mais altas nos últimos meses. É verdade que não recuperou o pico de quase 120.000 pontos de janeiro, mas o Ibovespa está próximo de bater os 100.000 novamente.
Alguns enxergam esse otimismo como exagerado, enquanto outros acreditam que estamos apenas no início da subida. Por isso, Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander Brasil, diz que é importante para o investidor analisar bem o risco.
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“É preciso ter bem clara a percepção de quanto a gente aceita tomar riscos. Os riscos podem se materializar positiva ou negativamente. A gente tem de aprender conviver nesse ambiente”, disse Vescovi durante o programa Carteira Inteligente.
E um dos pontos que precisam ser observados, segundo a economista, é como o Brasil estará no pós-pandemia. O pior pode ter passado para a atividade econômica, mas ainda há muitos problemas que precisarão ser observados, como o fechamento de empresas e o aumento do desemprego.
“O descompasso tende a aparecer mais do terceiro trimestre para frente, mais presente no último trimestre do ano”.
Co-fundadora do Nubank, um dos unicórnios brasileiros, Cristina Junqueira observa que a pandemia acabou gerando alguns efeitos colaterais positivos. Ela cita como exemplo a bancarização dos brasileiros e as 23 milhões de pessoas abriram uma conta pela primeira vez para receber o auxílio emergencial pago pelo governo federal. Isso gera um aumento de eficiência para os brasileiros e até uma possível inclusão financeira.
“Nós tínhamos 45 milhões de pessoas desbancarizadas, 23 milhões delas pediram o auxílio e tiveram uma conta aberta. Ou seja, metade foi bancarizada. Isso tem poder transformacional. Essa pessoa poderá guardar dinheiro, conseguir crédito. Estou muito otimista com essa inclusão financeira”, disse Cristina Junqueira durante o Carteira Inteligente.
Segundo ela, 500 mil brasileiros receberam o auxílio por uma conta Nubank e que a instituição segue abrindo cerca de 40 mil contas digitais por dia. “E muitas delas para um cliente que não era o nosso público alvo. São pessoas acima de 60 anos e até acima de 90 anos. Hoje, mais de um terço da nossa base de clientes já tem mais de 50 anos”.
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